A consolidação mundial da produção e uso em larga escala do etanol demanda quatro elementos fundamentais: o desempenho da matéria prima utilizada na produção, perspectivas positivas para o avanço tecnológico, a sustentabilidade e a livre concorrência. Os argumentos foram apresentados pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, em palestra durante o Congresso Mundial da Associação da Indústria de Biotecnologia, o BIO 2010 World Congress, realizado em Washington na segunda-feira, 28 de junho.
“Foi fundamental transmitir nossos pontos de vista nesse evento, que é co-organizado pelo Departamento de Energia do governo dos Estados Unidos. É também o único evento global dedicado exclusivamente à biotecnologia industrial e seus avanços,” comentou Jank após o encontro.
O presidente da UNICA participou de um painel que examinou a viabilização global de uma cadeia de valor para os biocombustíveis, que teve como convidada e palestrante especial a Secretária-Assistente para Eficiência Energética e Energias Renováveis do governo dos Estados Unidos, Cathy Zoi. No mesmo painel, também palestraram o vice-presidente da Chevron, John McDonald, e o presidente da BIO2010, Jim Greenwood.
Em sua participação, Jank detalhou aspectos da produção de etanol a partir da cana-de-açúcar que apontam o caminho para que uma cadeia de valor. “O desempenho da matéria prima tem que ser considerado adiante de políticas específicas deste ou daquele país, e sob esse aspecto a eficiência da cana está hoje comprovada e reconhecida por órgãos de peso e credibilidade mundiais,” comentou.
As novas frentes de expansão que vem se abrindo para a cana-de-açúcar, como a bioeletricidade, os bioplásticos e a produção de hidrocarbonetos renováveis, foram citados por Jank para ilustrar as perspectivas positivas do ponto de vista tecnológico. Por fim, Jank destacou a importância da expansão sustentável e da livre concorrência, frisando mais uma vez que enquanto combustíveis fósseis transitam sem obstruções, os renováveis enfrentam barreiras que prejudicam sua competitividade e distorcem o comércio internacional.
A participação da UNICA no evento ocorreu dentro do escopo do projeto Apex-Brasil/UNICA, iniciado em janeiro de 2008. Trata-se de uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O objetivo do projeto Apex-Brasil/UNICA é promover a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável ao redor do mundo.