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Joint venture Cosan-Shell reforça interesse da ministra da Holanda

22 de setembro de 2010

Com interesse reforçado pela joint venture de US$ 12 bilhões entre o Grupo Cosan e a anglo-holandesa Royal Dutch Shell, confirmada em fevereiro deste ano, a ministra de Assuntos Econômicos e de Energia da Holanda, Maria van der Hoeven, veio ao Brasil para estreitar relações e obter mais detalhes sobre o mercado brasileiro de etanol. Liderando uma comitiva de 24 empresas holandesas, Hoeven se reuniu com executivos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) na quinta-feira (16/09), no  Hotel Renaissance, em São Paulo.

“O acordo Cosan-Shell criou um novo paradigma dentro do negócio de combustíveis limpos e de baixo carbono, o que certamente atraiu a atenção da Holanda. Além das oportunidades comerciais, os holandeses entendem que são necessárias alternativas ao uso dos combustíveis fósseis e que as fontes de origem renováveis, notadamente o etanol de cana-de-açúcar, podem exercer um importante papel na redução das emissões de gases de efeito estufa, bem como no aumento da segurança energética do planeta,” avalia o diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão de Sousa. Durante o encontro, estavam também presentes o assessor de Meio Ambiente da entidade, Luiz Fernando do Amaral e o diretor do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), professor Marco Aurélio Pinheiro Lima.

Durante a reunião a ministra holandesa recebeu um exemplar do livro “Imagens do Etanol Brasileiro” produzido pela UNICA em 2009. Ela também assistiu a uma apresentação com dados que revelam o potencial do setor sucroenergético brasileiro e sua participação na matriz energética nacional, sob a forma de combustíveis e eletricidade, por meio da cogeração.

“Mais de 47% de toda a energia gerada no País é renovável, e os derivados da cana-de-açúcar lideram entre essas fontes, respondendo por 18% de toda a energia gerada no Brasil, à frente inclusive da hidroeletricidade, e atrás apenas do petróleo e derivados” explica Sousa.

Atualmente, segundo dados da UNICA, as mais de 430 usinas em operação no País são responsáveis pela geração de mais de um milhão de empregos (diretos e indiretos). Em 2009, o segmento canavieiro gerou um Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de US$ 28 bilhões, dos quais US$ 9,8 bilhões provenientes de exportações.

Mistura e tecnologia flex

Outro ponto discutido entre a ministra da Holanda e os executivos da UNICA foi a consolidação dos carros Flex no mercado automotivo nacional. “A ministra se mostrou impressionada pelo fato de que hoje, em média, 90% dos veículos novos de passeio são bicombustíveis,” ressalta o diretor da UNICA.

A mistura de etanol à gasolina feita no Brasil também foi um tema explorada por Maria van der Hoeven. “Ela quis entender melhor como o Brasil conseguiu implantar uma mistura de 25% de etanol anidro à gasolina, quando na maioria dos países europeus a mistura não alcança 10%” observa Sousa.

A atual legislação holandesa determina que pelo menos 4% dos combustíveis oferecidos por distribuidoras no mercado doméstico sejam biocombustíveis. O percentual não se refere necessariamente à mistura, mas ao mercado como um todo. O principal fornecedor de etanol para a Holanda é o Brasil, que envia o produto por meio do porto de Roterdam, que é também utilizado para a distribuição do biocombustível para outros países da UE.