Um grupo formado por 12 jornalistas de veículos de diversos países da Europa e da América do Norte passou esta semana no Brasil para conhecer de perto o país que atingiu o maior sucesso mundial na substituição da gasolina por um combustível renovável. Atualmente, o Brasil utiliza etanol no lugar de mais da metade da gasolina necessária para mover sua frota de veículos leves.
No primeiro dia da visita (03/06/2008), na sede da UNICA, o presidente da entidade, Marcos Jank, falou sobre a experiência brasileira acumulada em mais de 30 anos de produção e utilização do etanol como combustível veicular. “Um dos pontos esclarecidos foi que a produção da cana-de-açúcar para etanol ocupa apenas 1% da terra arável do País e que está longe da Amazônia”, destacou Jank.
O grupo assistiu ainda a palestras que complementaram a visão sobre como funciona o agronegócio de cana-de-açúcar no País. Uma das apresentações foi de Roberto Waack, presidente do Instituto para o Agronegócio Responsável (ARES), que explicou a dinâmica histórica do desmatamento da Amazônia e que a lavoura de cana-de-açúcar não tem relação com a destruição da floresta.
Outro palestrante foi Nilson Boeta, diretor do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), instituição que há mais de três décadas realiza pesquisa e desenvolve a produção agrícola e industrial do setor. “Em cinco anos, estaremos aptos a produzir etanol de segunda geração, a partir de celulose de bagaço de cana”, adiantou Boeta aos jornalistas.
Henry Joseph, gerente de emissão e tecnologia da Volkswagen Brasil, e Diogo Donoso, diretor de mercado de plásticos primários da Dow para a América Latina, foram palestrantes convidados pela UNICA. Joseph abordou a alta demanda por carros flex no Brasil e a participação histórica de sua companhia desde os primórdios dos motores a álcool combustível, após o lançamento do Proálcool, na década de 1970.
A criação de produtos derivados da biomassa de cana-de-açúcar foi o tema de Donoso, da Dow, empresa química que decidiu investir no setor canavieiro do País como fonte alternativa de matéria-prima para sua futura produção de resinas plásticas. Junto com a Crystalsev, uma das maiores tradings de açúcar e álcool brasileiras, a intenção é produzir o plástico verde, a partir de 2011.
Fábrica de açúcar e etanol
No último dia da visita (05/06/2008), os jornalistas estrangeiros conheceram a usina Santelisa Vale, produtora de açúcar e álcool, acompanhados pelo diretor de Comunicação Corporativa da UNICA, Adhemar Altieri, e pelo representante-chefe da UNICA na América do Norte, Joel Velasco.
“Este tipo de visita é um ingrediente essencial para esclarecer mitos que circulam freqüentemente na mídia internacional, ou por desinformação ou estimulados por setores interessados em negar os méritos do setor sucroalcooleiro brasileiro”, afirmou Altieri. “Não há nada como a experiência in loco e com as questões sendo esclarecidas pelas pessoas que trabalham no setor. Aliás, ajuda muito neste processo quando uma usina com a qualidade da Santaelisa Vale abre suas portas para uma visita como esta”, concluiu o diretor da UNICA.
Integraram o grupo representantes de veículos de interesse geral como “The Guardian” (Grã-Bretanha), “The Times” (Grã-Bretanha), “La Vanguardia” (Espanha) e “El Mundo” (Espanha), e os especializados na área de energia como “World Energy” (EUA), “El Mundo del Petróleo” (México), “Alberta Oil Magazine” (EUA), “Automotor och Sport” (Suécia), “Grona Bilister” (Suécia) e “Vi Bilägare” (Suécia). Correspondentes brasileiros representaram as agências Bloomberg, Reuters, Dow Jones e France Presse.
A iniciativa fez parte do projeto Apex-Brasil/UNICA, iniciado em janeiro deste ano, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O objetivo do projeto é promover a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável ao redor do mundo.