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Leilões específicos poderiam garantir maior oferta de bioenergia

31 de agosto de 2009

O aumento da oferta de bioeletricidade no sistema elétrico nacional ainda depende de uma política setorial que promova leilões específicos e regulares voltados para a contratação deste tipo de energia. Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), isso evitaria que a energia gerada pela queima de biomassa da cana-de-açúcar concorresse de forma desigual com outras fontes energéticas em leilões de energia nova (A-3), além de resgatar o planejamento energético como ferramenta para a inserção de fontes com balanço ambiental positivo na matriz de energia elétrica.

“É imprescindível que os aspectos positivos da bioeletricidade sejam reconhecidos em seu preço-teto, principalmente em termos de qualidade ambiental e como complemento à fonte hídrica”, avalia Zilmar Sousa, assessor de bioeletricidade da UNICA. Segundo ele, somente por meio deste reconhecimento será possível estimular a oferta da energia “verde” no País.

O setor sucroenergético brasileiro já é capaz de apresentar uma oferta significativa de bioeletricidade nos leilões de energia elétrica realizados no Brasil. Esta foi a percepção do especialista da UNICA após acompanhar o interesse de empresas do segmento canavieiro em participar do leilão de energia A-3, ocorrido na última semana de agosto. Inicialmente, 20 projetos foram cadastrados, o que representou projetos com uma capacidade instalada de quase mil megawatts (MW) de energia renovável.

O leilão contratou energia nova para ser disponibilizada no sistema elétrico a partir de 2012 no mercado consumidor das seguintes distribuidoras: Manaus Energia (AM), Celg (GO), CPFL Paulista (SP), CPFL Piratininga (SP), Elektro (SP), Eletroacre (AC), RGE (RS) e Energisa Sergipe (SE).

Apenas dois empreendimentos foram contratados no leilão: a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Rio Bonito, no Estado do Espírito Santo, e a usina termelétrica (UTE) Codora, localizada em Goiás. A primeira negociou somente 1 MW médio, em um contrato de 30 anos. A unidade de Codora, o único projeto efetivo de térmica a bagaço de cana, comercializou 10 MW médios, assinando um contrato com duração de 15 anos.

O próximo leilão de energia nova, chamado de A-5, está previsto para o dia 30 de setembro, com o objetivo de contratar energia para atender ao mercado das distribuidoras a partir de 2014. Além desse, ainda este ano está previsto, para o dia 25 de novembro, o primeiro leilão de energia de reserva para contratação de projetos eólicos.