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Maturidade do mercado flex brasileiro atrai executivos americanos

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21 de outubro de 2008


O potencial de aprender com o programa brasileiro de veículos flex foi o principal atrativo de um grupo de americanos em viagem pelo Brasil. Formado por executivos do setor automotivo, economistas e também por autoridades governamentais do estado de Michigan, a comitiva foi à sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (20/10/08), para conhecer a estratégia brasileira de produção e uso do etanol de cana-de-açúcar como combustível.


Para os executivos do setor automotivo americano, o Brasil representa um modelo a ser estudado, devido ao sucesso do uso de combustível renovável em sua frota de veículos leves. Com a lei energética cunhada pelo governo Bush, que estimula o uso de biocombustíveis para reduzir a dependência do país das importações de petróleo, entender o mercado brasileiro de etanol tornou-se fundamental, principalmente para a indústria de carros. Atualmente, 70% do petróleo demandado pelo país tem de ser importado.


O assessor de meio ambiente da UNICA, Márcio Nappo, foi o anfitrião do grupo na entidade. Uma das perguntas foi se o uso de E100 (100% etanol) poderia causar problemas mecânicos nos automóveis. Nappo explicou que “os carros flex brasileiros são tecnologicamente avançados e ecologicamente corretos, além de serem testados para garantir o bom funcionamento e a durabilidade das peças”. Atualmente, o Brasil conta com 11 fabricantes de veículos flex, com vendas que representam 90% dos comerciais leves zero quilômetro.


A bioeletricidade foi outro tema de interesse na conversa, por ser uma fonte energética limpa e renovável proveniente do bagaço da cana-de-açúcar e, também, uma novidade para os americanos. Nappo afirmou que o potencial da bioeletricidade no Brasil, que até 2020 pode chegar a 14.400 MW, é suficiente para suprir o consumo de energia de países como Argentina e Suécia.


Ao final do encontro, a assessora internacional da UNICA, Géraldine Kutas, falou aos americanos sobre questões internacionais que norteiam o setor sucroenergético. Ao ser perguntada sobre se o Brasil teria capacidade para suprir a demanda mundial de etanol, Kutas explicou que esse não é o objetivo da indústria brasileira. Pelo contrário, “a diversificação de países fornecedores é fundamental para tornar o etanol uma commodity global”.