Segundo alguns veículos da mídia dos Estados Unidos, a importância da “energia limpa” é um dos argumentos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve utilizar para defender a redução da tarifa de importação imposta ao etanol estrangeiro pelos EUA quando se encontrar neste sábado (14/03/2009) com seu colega americano, Barack Obama.
De acordo com o representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) para a América do Norte, Joel Velasco, a questão fundamental a ser apresentada ao presidente Obama é: por que manter barreiras para a energia limpa e renovável, quando não há empecilhos impostos ao livre comércio dos combustíveis fósseis?
“Desde o início da guerra no Iraque, o Brasil já pagou mais de U$600 milhões em tarifas para exportar seu etanol para os EUA, e a invasão do Iraque foi motivada pela necessidade de defender o suprimento de petróleo para os Estados Unidos. Isso deve frustrar o presidente Lula”, afirma Velasco. Para ele, a questão das mudanças climáticas deve estar “no topo da agenda” dos dois presidentes. “Os dois países tem muito a ganhar se trabalharem juntos”, concluiu.
Os defensores do etanol de milho, produzido nos EUA, afirmam que a tarifa de US$0,54 por galão do combustível importado do Brasil tem um papel essencial para estimular a produção local, e evitar que o apoio dado às distribuidoras americanas por adicionarem etanol à gasolina se transforme em subsídio para a produção de etanol no Brasil. No entanto, esta afirmação não se sustenta mais, pois em 2008 o crédito concedido aos distribuidores americanos foi reduzido para US$0,45, enquanto a tarifa de importação continuou com o mesmo valor.
Várias tentativas foram feitas no Congresso americano tanto para reduzir quanto para eliminar a tarifa imposta ao etanol importado, mas o lobby da indústria americana de etanol prevaleceu.