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Mesmo com chuvas moagem de cana é 7,23% superior a safra passada

10 de novembro de 2009

Apesar das chuvas que ainda dificultam a colheita de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil, no acumulado da safra o volume de moagem no mês de novembro alcançou 442,6 milhões de toneladas, 7,23% superior ao da safra registrada em outubro. Na segunda quinzena do mês passado, a moagem de cana caiu 14,07% (30,19 milhões de toneladas) em relação à quinzena anterior (35,13 milhões). Nota-se que na segunda quinzena do mês houve um dia disponível a mais para moagem.

Os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio de Janeiro foram os mais afetados, com redução de 32,89%, 36,25% e 38,73%, respectivamente. São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso foram menos afetados, com uma queda de 10,99%, 7,57%, 15,10% e 13,23%.

Na segunda quinzena de outubro, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana foi de 128,6 quilos, 20 quilos inferior ao volume obtido na mesma quinzena da safra anterior. No acumulado da safra, a quantidade de 132,61 quilos é 9 quilos inferior ao acumulado na safra passada, provocada em grande parte pelo maior desenvolvimento vegetativo da planta em razão das chuvas.

Este cenário fez com que o volume adicional de moagem neste período, de aproximadamente 30 milhões de toneladas, não permitisse uma maior produção de etanol e açúcar. A produção total supera em apenas 0,37% a acumulada na safra anterior.

Com a redução na moagem de cana na segunda quinzena de outubro e a menor obtenção de produtos por tonelada processada, a produção de açúcar  foi reduzida em 22,68%, com 1,67 milhão de tonelada, contra 2,16 milhões na quinzena anterior. Já a produção de etanol total foi 18,41% inferior à quinzena anterior, sendo 1,24 bilhão de litros nessa quinzena, contra 1,52 bilhão na quinzena anterior.

Do total da cana processada, 44,07% foi destinada à produção de açúcar, com um volume produzido de 24,65 milhões de toneladas. 55,93% foi destinada para a produção de etanol, com um volume de 19,2 bilhões de litros.

Nota-se claramente uma retomada na produção de etanol anidro no decorrer do mês de outubro, que deverá permanecer até o final da safra, garantindo a disponibilidade de produto para a manutenção do nível de mistura de 25% de etanol anidro na gasolina em todo o país.

Açúcar e etanol

Os preços do etanol praticados pelos produtores refletem a menor disponibilidade do produto, que é característica do período de final de safra e início de entressafra.

No início de outubro, os preços de etanol hidratado nos postos eram mais vantajosos ao consumidor que o da gasolina em 21 estados. Na primeira semana de novembro, o número de estados em que o etanol tinha maior vantagem era de 9. Se considerássemos uma paridade do etanol de 65% em relação ao preço da gasolina, o número de estados cairia para 4.

Nos últimos dois anos e meio, o mercado foi muito ofertado, quando a grande maioria da frota flex optou pelo etanol como combustível em função da grande vantagem econômica quando comparado à gasolina. Em alguns meses neste período 90% flex optou pelo uso do etanol.

Nos próximos meses, o nível de demanda de etanol será definido pelos proprietários de veículos flex, cuja frota circulante já representa mais de 37% dos veículos do Ciclo Otto (gasolina, etanol e flex).

A disponibilidade de produto até o inicio da nova safra não é suficiente para o nível de demanda atual, o que poderá provocar novos ajustes de preços.

Para acessar os dados da safra, clique aqui.