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Mistura de etanol à gasolina no Peru reflete avanço do combustível

29 de agosto de 2011

undefinedCom uma mistura de 7,8% de etanol à gasolina, o Peru é o sexto país latino-americano a adotar legislação que incentiva o uso de  fontes renováveis em sua matriz energética no setor de transportes.  De acordo com uma nova determinação anunciada pelo governo do Peru na primeira quinzena de julho de 2011, postos de abastecimento localizados na cidade de Lima, capital do país, já estão recebendo combustível misturado á gasolina.

Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), destaca que o novo marco legal adotado no Peru é uma medida “fundamental para se consolidar o mercado de biocombustíveis no continente Sul-Americano, já que proporciona economia de escala na produção e distribuição do etanol.”

Graças a sua posição de liderança como o maior produtor de etanol de cana do mundo, o Brasil, que adota a mistura de até 25% de etanol à gasolina desde 1975, serviu de referência para que o Peru investisse em energias renováveis no setor automotivo. Outros países como Paraguai, Colômbia, Argentina e Bolívia seguem o mesmo caminho.

De acordo com o estudo “Peru Annual Biofuels”, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture – USDA), publicado em junho de 2011, a expectativa é que em 2012 serão consumidos 80 milhões de litros de etanol de cana no Peru. A província de Piura, na região norte do país, é responsável por boa parte do biocombustível fabricado pelos peruanos.

América Latina

Depois do Brasil, o Paraguai, cuja produção de combustíveis alternativos teve início na década de 1970 pratica a segunda maior mistura da América Latina, com 24% de etanol de cana adicionado à gasolina. No total, são 500 mil hectares (ha) disponíveis para o cultivo da cana no país.

Na Colômbia, onde são cultivados 220 mil hectares da planta,  8% de etanol são mesclados diariamente à gasolina em mais de 70% do seu território desde 2005. No restante do país vigora o E10 (10% de etanol na gasolina). De acordo com dados fornecidos pela Associação dos Produtores de Cana-de-Açúcar da Colômbia (Asociación de Cultivadores de Caña de Azúcar de Colombia – Asocãna), existem planos para se aumentar a mistura para 20% em meados de 2012.

No caso da Argentina, que já utilizou biocombustível na região de Tucumán em meados da década de 1990, o país está retomando o uso do combustível renovável. Isso graças a uma lei federal aprovada em 2006, que exige a distribuição do combustível E5 a partir de 2010. No entanto, a disponibilidade limitada do produto não permitiu ainda o pleno cumprimento da legislação. Atualmente existem 23 usinas no país, a maioria delas (15 unidades) na província de Tucumán, que representa 62,4% da produção argentina de etanol.

Atualmente a Bolívia, que fabrica etanol a base de cana desde 2005, possui o programa E10, com intenção de adotar o E20 em 2015. Informações apuradas junto ao Itamaraty indicam que a produção canavieira boliviana se concentra na cidade de Santa Cruz de La Sierra, região central do país, onde são cultivados mais de 135 mil hectares da planta. Anualmente, a Bolívia produz mais de seis milhões de toneladas de cana.