“Apesar do Inovar-Auto não promover nesta primeira etapa o uso mais eficiente do etanol em relação à gasolina, as exigências do programa governamental estão mudando algumas características do mercado automotivo, como ilustra bem o caso da Mitsubishi,” afirma o Consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc. O comentário se refere a medidas de nacionalização progressiva dos componentes e motores anunciados pela montadora.
Szwarc enfatiza que seria interessante ver a Mitsubishi avançar além das metas do Inovar-Auto e apresentar ao mercado veículos que tenham melhor desempenho quando abastecidos com etanol. Para ele, isso significa superar a média do mercado, que normalmente é referenciada em torno de 70% em relação a gasolina.
“Mais eficiência no consumo de etanol seria certamente um diferencial para a marca no que diz respeito ao pilar ambiental da sustentabilidade. Poderia ainda dar maior competitividade aos seus veículos no disputado mercado nacional,” conclui Szwarc.
De acordo com a nota publicada pela newsletter Automotive Business em 26/03, há informações de que 20% das peças utilizadas nos motores da marca hoje são produzidas pela Mitsubishi no Brasil. A meta seria aumentar esse número para 50% até o fim do próximo ano.
Dessa forma, conforme as regras do Inovar-Auto – medida adotada pelo Governo Federal com o objetivo de estimular o investimento na indústria automobilística nacional, seria atendido o programa de eficiência energética do governo e garantida também à redução de IPI com o emprego de peças produzidas no País.
Na fábrica da companhia localizada em Catalão (GO) é montado o motor de 2 litros que equipa o ASX nacional e que, a partir de agosto, estará também no Lancer produzido no Brasil. Trata-se de um propulsor moderno, a gasolina com bloco e cabeçote de alumínio, comando de válvulas variável e 160 cv de potência. Já existe também um projeto para torná-lo flex.
A planta de Goiás abriga algumas linhas de motores, inclusive a montagem final e hot test de todos os propulsores flex (2.0 L da TR4, 2.4 flex da Triton e 3.5 V6 flex da Triton e Dakar).