A partir de agosto, a Mitsubishi vai introduzir no mercado brasileiro a Pajero Sport versão bicombustível, movida a etanol, gasolina ou qualquer mistura de ambos. O veículo, com motor V6, é o primeiro utilitário esportivo (SUV, na sigla em inglês) com seis cilindros que utilizará tecnologia flex no Brasil.
“Os utilitários são parte de um mercado ainda atrasado em relação à tecnologia flex, pois a maioria é importada. Além da Ecosport, da Ford, produzida no País, as SUVs da Mitsubishi se integram a este grupo de montadoras que apostam neste segmento”, avalia Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana de Açúcar (UNICA).
Fabricado na cidade de Catalão, em Goiás, o novo modelo da Mitsubishi foi apresentado em junho, em Itatiba, região metropolitana de Campinas, interior de São Paulo. A Pajero Sport Flex é equipada com câmbio automático, tração nas quatro rodas e motor de 205 cavalos de potência (quando abastecido com etanol). O utilitário é o segundo da montadora japonesa a usar tecnologia bicombustível. Em 2007, a empresa lançou o jipe Pajero TR4 flex, o primeiro SUV brasileiro movido com etanol ou gasolina.
De acordo com a assessoria de imprensa da Mitsubishi, a empresa espera atingir cerca de 200 unidades vendidas por mês e deve apresentar mais modelos flex a curto e médio prazo.
Mercado flex no Brasil
A utilização da tecnologia bicombustível é algo que vem se expandindo no Brasil a cada ano. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), mais de 1,2 milhão de veículos flex foram licenciados de janeiro a junho de 2009, representando 92% do todos os automóveis e veículos comerciais leves emplacados no período. Isso representa um crescimento de 5% nos licenciamentos de modelos bicombustível em comparação ao mesmo período do ano passado, um novo recorde para o País.
Os veículos flex já representam 35% da frota total de veículos leves em uso no Brasil, podendo chegar a 65% do total até 2015 segundo projeções da ÚNICA. Atualmente, cerca de 90% das vendas de veículos novos são flex, o que dá ao país uma arma importante e crescente na luta pela redução de gases causadores do efeito estufa. Desde 2003, o uso do etanol em veículos flex reduziu emissões de CO2 e equivalentes em 45 milhões de toneladas.