A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) divulgou nesta quinta-feira (11/09/2008) os dados do acompanhamento da safra 2008/09, até a segunda quinzena de agosto. De acordo com o levantamento, a região Centro-Sul, principal produtora de cana-de-açúcar do Brasil, teve condições climáticas favoráveis para colheita de cana e produção das usinas no período.
Com a redução das chuvas, segundo a entidade, as unidades produtoras voltaram a moer cana em plena capacidade. Na quinzena anterior, a primeira do mês, as chuvas abundantes haviam dificultado a colheita, obrigando as usinas a operar abaixo de suas capacidades instaladas.
A melhora nas condições climáticas fez a quantidade de cana esmagada na segunda quinzena de agosto superar em 28,78% o volume da primeira quinzena do mesmo mês. O volume também representou um crescimento de 9,95% em relação à mesma quinzena do ano passado.
Na segunda quinzena de agosto, a moagem diária média foi de 2,55 milhões de toneladas de cana e, no acumulado da safra 2008/09, a cana processada chegou ao patamar de 282,46 milhões de toneladas, volume 8,66% superior ao do mesmo período da safra anterior (2007/08).
As condições climáticas também favoreceram o aumento da concentração da quantidade de açúcares por tonelada de cana. Na segunda quinzena de agosto, a concentração por tonelada ficou em 152,29 kg de açúcares totais (ATR – Açúcar Total Recuperável), o que ficou 1,12% acima do resultado obtido na mesma quinzena da safra 2007/08.
Apesar disso, a baixa quantidade de açúcares obtida no primeiro terço da safra 2008/09 fez com que a média acumulada atual de ATR ficasse abaixo da atingida na safra anterior. O total acumulado chegou a 135,70 kg na safra 2008/09, uma queda de 2,55% em relação à safra anterior.
Vale destacar, no entanto, que a quantidade total de produtos obtidos já é 5,88% superior ao da safra passada. A produção acumulada de açúcar chegou a 14,794 milhões de toneladas, com uma redução de 4,44% em relação ao total da safra 2007/08 no mesmo período. Mas o volume de etanol superou o produzido na safra anterior em 14,54%, com um incremento mais acentuado, de 23,76%, na produção do etanol hidratado.
“O aumento na produção de etanol hidratado é fruto do ganho de sua competitividade frente à gasolina. Esta competitividade foi proporcionada pela relação de preços entre os produtos e o incremento mensal da frota de veículos flex, que consome predominantemente o etanol hidratado”, afirmou Antônio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
O mix de produção da safra atual continua concentrado em etanol. Da cana processada até o final da segunda quinzena de agosto, 40,51% do total foram para a produção de açúcar e 59,49% para a produção de etanol (39,09% para o hidratado e 20,40% para o anidro). No período de abril a agosto deste ano, o volume físico de etanol entregue pelas unidades distribuidoras no mercado interno foi de 8,4 bilhões de litros, 32,02% acima do obtido no mesmo período da safra passada.
Quanto às exportações no mesmo período, o volume chegou a 2,4 bilhões de litros, 59,32% superior ao da safra passada. Do volume total destinado ao mercado externo, 55% foi de etanol anidro e 45% de hidratado. O principal destino do etanol brasileiro vem sendo o mercado americano, que absorveu desde o início da safra até o final de agosto 68% das exportações. Do total exportado para os Estados Unidos, 46% seguiu via Caribe e 54% diretamente do Brasil, com os encargos da tarifa de US$0,54 por galão imposta ao etanol importado pelo governo americano. Do total exportado, 22% foram absorvidos pelo mercado europeu.
Das 32 unidades previstas para iniciar moagem nesta safra, 20 estavam produzindo na primeira quinzena de setembro. Outras nove unidades deverão operar a partir da segunda quinzena, enquanto três unidades postergaram o começo das atividades para a próxima safra (2009/2010).
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