Lançadas no Brasil em 2009, as motos bicombustível vêm conquistando cada vez mais espaço no mercado nacional. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) mostram que até junho deste ano, 165.221 motos flex foram emplacadas no Brasil.
Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da UNICA, compara o desempenho das vendas de motos flex com a chegada dos carros flex. Ele destaca que nos primeiros 16 meses no mercado as motocicletas bicombustível representaram 14% das vendas, enquanto os carros flex chegaram a 9,2% do total de automóveis comercializados 16 meses após seu lançamento, em março de 2003. “Quando se analisa estes dados, as perspectivas de crescimento das vendas de motocicletas flex são muito boas,” ressalta Szwarc.
O Brasil foi o primeiro país no mundo onde motos flex foram oferecidas ao consumidor. O primeiro lançamento foi a CG 150 Titan Mix, em março de 2009, seguido da NXR 150 Bros Mix em setembro de 2009, ambas da Honda.
Sete milhões
As vendas em ascenção de modelos flex, somadas à expectativa de crescimento na participação de modelos flex no mercado brasileiro, vem gerando projeções otimistas para a próxima década. No melhor cenário possível, segundo Szwarc, o Brasil poderá ter até sete milhões de unidades bicombustível nas ruas.
Para chegar a esse total, o executivo considerou a estimativa divulgada em julho pela Abraciclo, apontando vendas anuais de motos no Brasil saltando dos atuais 1,6 milhões para 8 milhões em 2020. Considerando-se uma repetição no mercado de duas rodas do que ocorreu com os automóveis, onde as vendas de modelos flex hoje respondem por 90% dos veículos novos comercializados, chegaria-se ao total projetado pelo consultor da UNICA.
“A adesão de outras montadoras à tecnologia flex também será um fator determinante para o crescimento das vendas de motocicletas movidas a um combustível renovável,” ressalta Szwarc. O Brasil é o único país do mundo onde motocicletas flex são fabricadas, e a subsidiária brasileira da japonesa Honda ainda é a única fabricante que oferece modelos bicombustível.