A companhia de petróleo do México, Pemex, anunciou que pretende introduzir no país a mistura de 6% de etanol à gasolina (E6) ao longo dos próximos quatro anos. As primeiras cidades inseridas no programa serão Guadalajara, Monterrey e a capital, Cidade do México.
De acordo com o Subdiretor de Planejamento, Coordenação e Avaliação da Pemex, Rodrigo Fierro, a empresa planeja interromper o uso do aditivo sintético da gasolina, MTBE (éter metil-terciário butílico), e começar a testar o E6 em dois postos de abastecimento e em uma frota-piloto no mês de dezembro.
Apesar de ser um país produtor de petróleo, o México já vinha analisando alternativas de reduzir as importações do produto, que hoje respondem por 40% do seu consumo. Durante o Fórum Nacional da Indústria Petroquímica, realizado no mês de outubro na Cidade do México, foram discutidas alternativas para ampliar a oferta de biocombustíveis no mercado interno.
A assessora internacional da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Géraldine Kutas, que participou do Fórum, afirmou que “o México pode, assim como o Brasil, diversificar suas matérias primas energéticas e encontrar uma saída para expandir cada vez mais suas plantações de cana-de-açúcar.”
Para dar prosseguimento ao projeto, a Pemex vai comprar etanol de cana-de-açúcar de alguns produtores do próprio México. A demanda média esperada é de 52 milhões galões de etanol por ano, ou cerca de 197 milhões de litros. Fierro espera ainda que no futuro, o país caminhe para a utilização da mistura de 10% de etanol na gasolina.
A Pemex vai investir cerca de US$15 milhões para modificar os tanques de armazenagem em Guadalajara para acomodar o combustível com o etanol já misturado. Dependendo das condições do mercado, a demanda mexicana por etanol pode atingir cerca de 180 milhões de galões por ano, ou mais de 680 milhões de litros.