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Na Europa, UNICA pede mais investimentos na indústria de cana

1 de julho de 2011

Os investimentos na indústria de cana de açúcar precisam aumentar drasticamente no decorrer da próxima década para evitar um déficit de cana-de-açúcar que poderia atingir 400 milhões de toneladas por ano. Esta perspectiva foi apresentada por Géraldine Kutas, assessora sênior para Assuntos Internacionais da presidência da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), durante o Sugar Trade Outlook 2011, evento organizado pela consultoria F.O. Licht’s nos dias 22 e 23 de junho em Bruxelas, Bélgica.

O encontro, que focou nas perspectivas para a produção e comércio mundial de açúcar, incluiu uma sessão voltada para a economia, produção e comércio de açúcar no Brasil. O evento atraiu mais de 50 participantes, incluindo os principais especialistas na área e representantes oficiais de alto escalão da Comissão Européia.

Kutas acrescentou que a demanda por etanol vai aumentar no mercado doméstico não somente para combustível, mas também para outros usos como na indústria química e de bioplásticos. “Este é obviamente um desafio que a indústria de cana de açúcar terá que enfrentar, mas também um incentivo para mais investimentos em produtos de maior valor. Precisamos pensar em formas para maximizar as tecnologias atuais e implantar inovações futuras. Este desafio exige parcerias e cooperação entre todos os grupos de interesse, incluindo a indústria e o governo,” explicou.

Kutas também destacou que a questão chave no momento é a revisão das regulamentações para açúcar e etanol, anunciada pelo governo brasileiro no começo deste ano. “Taxas para as exportações de açúcar são improváveis”, disse a representante da UNICA, argumentando que o governo brasileiro é um grande defensor do livre comércio global para produtos agrícolas. A assessora da presidência da UNICA também parabenizou a decisão do governo brasileiro de transferir a responsabilidade pelo etanol para a Agência Brasileira de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “O etanol precisa ter um sistema regulatório feito para uma commodity de energia,” ela concluiu.

O diretor de consultoria da Datagro, Guilherme Nastari, também foi um dos palestrantes na sessão dedicada ao Brasil.