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EUA: baixa disponibilidade de etanol em postos prejudica consumo

26 de outubro de 2009

A oferta limitada de etanol em postos americanos, e as dificuldades que isso cria para a expansão do consumo do combustível nos Estados Unidos, ganhou destaque mais uma vez no país em artigo assinado pelo editor-chefe do site GreenCarReports.com, John Voelcker. O site é dedicado a questões que envolvem a indústria de energias renováveis nos EUA.

No artigo “Flex-Fuel Future: Cars Are Coming, But Where´s the Fuel?” (Futuro dos Flex-Fuel: Carros estão chegando, mas e onde está o combustível?), Voelcker questiona o fato de o etanol ser pouco consumido pelos motoristas americanos, mesmo diante de um novo aumento no preço da gasolina, que voltou a custar em torno de US$ 2.50 por galão (3,78 litros). Segundo ele, a falta de disponibilidade de combustíveis alternativos no país ocorre porque o E85 (mistura de 15% gasolina e 85% etanol) é vendido principalmente em algumas centenas de postos do meio-oeste americano, na maioria dos casos de redes de distribuição locais ou regionais.

Voelcker ressalta que o E85 não pode ser encontrado nas grandes redes porque não é processado pelas companhias petrolíferas, cujos nomes estão em mais de metade dos postos de gasolina nos EUA.  Para ele, a falta de investimentos arrojados da indústria automobilística americana para ampliar a frota de carros flex também contribui para impedir a consolidação do consumo do etanol nos EUA, segundo o articulista.

Exemplo brasileiro

O cenário americano descrito por Voelcker é o inverso da situação brasileira, onde os mais de 35 mil pontos de abastecimento em geral oferecem pelo menos uma bomba dedicada ao etanol hidratado. É uma situação que começou a se consolidar no mercado nacional com a criação do ProÁlcool na década de 70. Hoje, carros flex respondem por mais de 90% das vendas de veículos leves novos no país.

“É um aspecto que foi fundamental no Brasil, e será também nos EUA para que o etanol conquiste mais espaço, pois uma coisa leva à outra. Se o produto não está nos postos, o consumidor terá menos motivação para comprar um carro flex e a indústria automobilística também terá menos disposição para ampliar a oferta de carros flex,” comenta o representante-chefe da UNICA para a América do Norte, Joel Velasco.

Ao analisar os prós e contras da produção de etanol nos EUA a partir do milho, Voelcker cita o etanol brasileiro de cana-de-açúcar como exemplo de sustentabilidade. Ele frisa que a cana, ao contrário do milho, não exige grandes quantidades de água ou produtos químicos para ser cultivada, além de ser mais produtiva em termos de litros obtidos por hectare plantado. São diferenças que tornam o combustível brasileiro bem mais eficiente em termos energéticos e de redução de emissões.

Voelcker lembra ainda a questão do preço, destacando que devido à forte alta no preço do barril de petróleo, o etanol só se tornou competitivo com a gasolina nos EUA em 2007. Nessa ocasião, o motorista americano chegou a pagar US$ 4.00 para abastecer o tanque com o combustível fóssil.
Promovendo o etanol em Miami

No início de outubro, a UNICA participou do lançamento de uma campanha em Miami, no estado da Flórida, e que já acontece em outras partes dos EUA, visando a conscientização de motoristas americanos sobre a segurança econômica, ambiental e energética proporcionada pelo uso do etanol em vez da gasolina. Na ocasião, os motoristas que abasteciam seus veículos com etanol no primeiro posto de combustível a oferecer o E85 no estado, e que estavam na cidade em razão da última corrida da temporada da Indy Racing League 2010, puderam conhecer de perto os pilotos da categoria Mario Moraes e Nelson Philippe. A corrida foi realizada no dia 10, em Homestead, ao norte de Miami.

A ação promocional foi conduzida pelo Clube dos Veículos Flex-Fuel (FlexFuel Vehicle Club – FFV Club) com o apoio da Fundação de Combustíveis Limpos (Clean Fuels Foundation), e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).