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Nota: aumento de preço do etanol não está relacionado aos produtore

22 de março de 2019

A recente perda de competitividade do etanol hidratado nos postos revendedores, evidenciada nas três últimas semanas pelo levantamento de preços e margens de comercialização de combustíveis, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), contrapõe a estabilidade dos preços pagos aos produtores de etanol, no mesmo período em que não apresentam oscilação, e já indicam tendência de queda de 2,5%, conforme indicador diário de preço do biocombustível em Paulínia, publicado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (CEPEA/USP).

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) entende que os preços praticados por produtores, distribuidores e postos revendedores são livres e ditados pela relação de oferta e demanda por produto. Contudo, o recente aumento no preço de bomba do hidratado não está relacionado com variação no preço recebido pelo produtor/usina de etanol, como notado pelos indicadores periódicos, evidenciando que o aumento observado na bomba está sendo determinado por outros agentes que compõem a cadeia de comercialização de combustível.

A saber, cerca de 60% do preço do biocombustível pago pelos consumidores na revenda corresponde à parcela dos produtores. O restante do valor é estabelecido em função das margens de comercialização dos distribuidores, das margens de comercialização dos postos revendedores, dos custos de transporte, das alíquotas de impostos vigentes em cada período (no caso do ICMS, se destaca as alterações no PMPF, utilizado para a substituição tributária pelo distribuidor), entre outros aspectos.

“A flutuação do preço do etanol faz parte da dinâmica do mercado. O valor final é construído pelos diferentes elos da cadeia. O que se pode ver é a estabilidade do preço pago ao produtor, o que aponta que a flutuação ocorreu em outras instâncias”, explica Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA.