Com o objetivo de discutir os principais desafios enfrentados pelo setor sucroenergético nos últimos anos e propor soluções imediatas, mais uma Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético foi lançada este ano. Dessa vez, a iniciativa foi anunciada na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em evento realizado no dia 11 de dezembro, com coordenação do deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB).
Durante o primeiro encontro da iniciativa, que reúne o setor produtivo e indústrias do setor sucroenergético, foi apresentado o cenário atual de baixos preços pagos aos produtores e falência de diversas empresas que atuam no estado. Além disso, foram enfatizadas a necessidade e importância do incentivo ao consumo do etanol e redução do ICMS, elevando sua competitividade na comparação com a gasolina, que vem recebendo forte subsídio do Governo Federal.
Para a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elizabeth Farina, o lançamento de frentes parlamentares este ano – uma na Camara Federal, duas na Assembléia Legislativa de São Paulo e agora uma na AL de Minas Gerais – expressa claramente o momento de tensão e grande preocupação que as entidades de produtores e fornecedores vêm enfrentando com a falta de políticas de longo prazo para o etanol.
“Precisamos urgentemente de decisões para o longo prazo, que reconhecimento claramente as contribuições positivas da produção e uso em larga escala do etanol para a sociedade como um todo. São passos fundamentais para que o nosso combustível renovável e avançado, reconhecido como um dos mais limpos do mundo, cumpra seu imenso potencial para crescer e contribuir ainda mais,” destacou.
Para o secretário Executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais (SIAMIG), Mário Campos, uma das ações mais urgentes é a criação de um mercado consumidor de etanol local. “Minas Gerais é o terceiro maior estado produtor de etanol do País, conta com a segunda maior frota de veículos, porém, o combustível mais consumido aqui é a gasolina. Da produção de etanol hidratado de 1,4 bilhão, somente cerca de 600 milhões são consumidos no próprio estado,” explicou.
Ele acrescentou que o setor sucroenergético tem ficado com suas margens comprimidas por uma política populista de manutenção dos preços da gasolina. “Infelizmente o combustível renovável, o etanol, perdeu competitividade no mercado e grande parte dos consumidores abandonou a sua utilização. Em 2009, para cada 100 litros de gasolina consumidos no Estado eram consumidos 40 litros de etanol hidratado. Atualmente, para cada 100 litros de gasolina vendidos são comercializados apenas 15 litros de etanol,” desabafou.
Frentes Parlamentares em defesa do etanol
O lançamento de mais uma frente parlamentar em Minas Gerais eleva para quatro o número de iniciativas similares criadas no segundo semestre deste ano. As outras três iniciativas já anunciadas são:
• A Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, segunda maior frente já criada no Congresso Nacional, coordenada pelo deputado Federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).
• A Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético, lançada na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp), coordenada pelos deputados Roberto Morais (PPS) e Welson Gasparini (PSDB).
• A Frente Parlamentar em Defesa dos Municípios Canavieiros, também lançada na Alesp, coordenada pela deputada Beth Sahão (PT).
