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Empresários e políticos canadenses analisam papel do etanol

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7 de maio de 2009

Compreender a importância do setor sucroenergético no desenvolvimento da economia brasileira e obter mais informações sobre a experiência adquirida pelo Brasil em mais de três décadas de produção e uso do etanol de cana-de-açúcar. Buscando estas informações, 22 representantes da nova geração de empresários e políticos canadenses estiveram, nesta segunda-feira (27/04/09), na sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em São Paulo. O grupo veio ao Brasil para cumprir parte da programação do curso Executive de Master in Business Administration (MBA) da Universidade de Regina (University of Regina), localizada na província de Saskatchewan, região do Canadá onde o etanol é fabricado a partir do trigo e do milho.

“Parte da nossa programação inclui conhecer setores industriais de grande importância para economias de diferentes países e, no o Brasil, o setor sucroenergético tem essa relevância”, avaliou Rob Giberson, reitor da Universidade de Regina. Outro ponto que gerou bastante interesse nos visitantes estrangeiros foi o conhecimento científico adquirido pelo País no que se refere à produção de biocombustíveis. “O que o Brasil já faz há mais de 30 anos, a América do Norte começou a fazer há apenas três”, destacou.

Thaweesak Koanantakool (dir.), chefe da NSTDA, ressalta beneficios ambientais e econômicos do etanol (Cortesia UNICA/ Foto Flavio Falcão)A cidade de Saskatoon, que abriga a Universidade canadense, é um dos mais importantes centros agrícolas e comerciais da província de Saskatchewan, onde a produção de etanol utiliza como matérias-primas 80% de trigo e 20% de milho. “O trigo é produzido localmente, mas o milho tem que ser importado dos Estados Unidos”, informa William Greuel, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Agricultura de Saskatchewan. De acordo com ele,  a maioria dos postos de combustíveis no Canadá oferece gasolina que contém 7,5% de etanol, “com exceção da região de Ontário, onde o mix é um pouco maior, sendo de 8,5%”, completa Greuel.

Na UNICA, os canadenses assistiram a uma apresentação da relações institucionais Carolina Costa, que ofereceu uma visão mais abrangente da influência positiva de um combustível limpo e renovável no cenário econômico brasileiro. A apresentação detalhou, também, a importância do etanol para a indústria automobilística nacional. Mesmo com a crise financeira internacional obrigando montadoras de veículos a reduzirem investimentos, no Brasil a situação é diferente. A expansão da produção e do consumo de etanol vem impulsionando cada vez mais o lançamento de novos carros bicombustíveis no País.

Atualmente, 11 marcas oferecem quase 70 modelos flex, que já representam perto de 30% da frota nacional e 90% das vendas de veículos leves. Neste cenário, a utilização do etanol já substitui em mais de 50% a demanda por gasolina no Brasil, considerando a soma do etanol anidro, adicionado à gasolina na proporção de 25% e o etanol hidratado, vendido nos postos e usado para abastecer veíclos flex.

O papel do etanol na redução das emissões de gases causadores do efeito estufa e, principalmente, no combate ao aquecimento global, foi outro aspecto destacado pelo reitor da Universidade canadense.  Para ele, o etanol poderia amenizar a emissão de CO2 na província de Saskatchewan, uma das grandes produtoras de combustíveis fósseis do Canadá, um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo. “Acreditamos que é preciso estimular ainda mais o uso de energias verdes em nosso país, e o etanol é um bom exemplo disso”, ressaltou Giberson. Em comparação com a gasolina, o etanol brasileiro de cana-de-açúcar reduz em 90% a emissão de CO2 na atmosfera.

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