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Novas variedades de cana devem reduzir custos e aumentar produtividade no Centro-Sul

16 de dezembro de 2011

undefinedA chegada de novas variedades de cana ao mercado representa um importante avanço, em um momento considerado chave para o setor sucroenergético, que necessita reduzir custos e aumentar a produtividade dos canaviais, avalia a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). O comentário se refere ao lançamento no dia 07/12 pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) de duas variedades de cana mais resistentes a doenças e pragas, desenvolvidas após dez anos de pesquisas e investimentos de R$150 milhões.

Segundo o CTC, as novas variedades prometem melhor produtividade, mesmo sob condições climáticas desfavoráveis. O diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, explica que e existem três padrões distintos de variedades, colhidas em diferentes períodos do ano: início, meio ou final de safra.

“As criadas pelo CTC têm potencial acima de mercado para os últimos meses de safra, pois possuem alto teor de sacarose para fins de ciclo, além de serem resistentes a uma série de problemas causados por questões climáticas comuns nesta época do ano como o florescimento da cana,” concluiu.

Em 2010 e 2011, a estiagem prolongada nos meses de inverno e a ocorrência de geada levaram a um florescimento da cana na região Centro-Sul.  Este fenômeno leva a uma queda de produtividade e menor teor de sacarose na planta.

Para Rodrigues, que acompanhou a apresentação oficial das novas variedades de cana do CTC durante o Cana Show 2011,  em Piracicaba (SP), as novas variedades de cana  reduzirão os custos das usinas com produtos químicos que inibem o florescimento.

Após fechar parceria com o CTC, a usina Jalles Machado, localizada em Goiás (GO), testou as novas variedades de cana. “Realmente percebemos que houve maior produtividade e tivemos menos perdas referentes aos fatores climáticos, além de biomassa exuberante,” revela Marcelo Britto, gerente agrícola da unidade.

Etanol de 2ª geração

Mais do que apresentar as novas espécies de cana às usinas, o Cana Show 2011 foi importante fórum de discussão sobre o futuro do setor. Além de expansão a produção de cana, é consenso entre os especialistas que a recuperação da produtividade nos canaviais também depende do desenvolvimento de novas tecnologias, como a viabilização comercial do etanol celulósico produzido a partir da biomassa.

Neste sentido, o CTC vem realizando diversas pesquisas com a palha e o bagaço da cana. Estuda-se, por exemplo, integrar uma pequena unidade de produção de etanol de 2ª geração a uma usina no interior paulista. Segundo técnicos do projeto, a integração das plantas deverá ocorrer até final de 2012.