O novo cônsul dos Estados Unidos em São Paulo, Thomas Kelly, reiterou a parceria Brasil – Estados Unidos na produção de etanol como uma alternativa para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e a emissão de gases causadores do efeito estufa. Kelly visitou a usina São Francisco, associada da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em Sertãozinho (SP), na quinta-feira (02/09), onde conheceu as tecnologias aplicadas nos diferentes processos de produção dos derivados da cana.
“Para nós, este segmento da indústria é muito importante, pois somos parceiros no desenvolvimento do mercado de etanol,” afirmou o cônsul, que assumiu o cargo em agosto após um período de atuação na embaixada dos EUA em Buenos Aires.
Acompanhado por quatro pessoas de sua equipe, Kelly foi recebido por Jairo Balbo, diretor industrial da usina no interior paulista. O cônsul mostrou-se muito interessado nas etapas de produção e aprovou o que viu: “É impressionante. Aprendi muito hoje aqui”, afirmou Kelly.
Sobre o encontro com Thomas Kelly e o cenário energético atual, Balbo comentou: “Ele entende que somos parceiros e não concorrentes. Com os americanos, vamos ocupar um espaço na matriz energética mundial. Não somos a solução para todos os problemas, mas trabalhando em conjunto podemos vencer muitos dos desafios existentes no setor”.
O Grupo Balbo é o maior produtor e exportador de açúcar orgânico do mundo, e integra a Copersucar S.A., que hoje reúne 39 usinas. Para Jairo Balbo, a visita foi ótima e permitiu que o cônsul tivesse uma visão do nível de tecnologia que hoje o setor domina: “O encontro representa a abertura do setor para o mercado internacional, uma ótima oportunidade para apresentar detalhes da produção brasileira, ainda pouco conhecida pelos americanos.”
Parceria
Brasil e EUA, os maiores produtores e consumidores de combustíveis renováveis do planeta, assinaram um acordo de cooperação em biocombustíveis em março de 2007.
Atualmente o etanol de cana é reconhecido pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) como um “biocombustível avançado”. O potencial de exportação do etanol brasileiro para os Estados Unidos é de até 15 bilhões de litros anuais até 2020. Mas para que isso aconteça, será preciso enfrentar as altas tarifas impostas pelos americanos ao etanol importado e viabilizar o escoamento mais eficiente da produção no Brasil, com investimentos em infraestrutura e tecnologia de produção.