Com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias que aumentem a eficiência agrícola do setor sucroenergético, foi lançado nesta segunda-feira (17/02) o PAISS Agrícola – Programa de Apoio à Inovação Tecnológica Agrícola no Setor Sucroenergético. Mais de 100 lideranças e profissionais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar participaram do evento de lançamento, realizado na sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em São Paulo para o lançamento conjunto pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep).
Em última análise, o PAISS Agrícola pretende proporcionar ao setor sucroenergético ganhos de produtividade no médio e longo prazos. Os detalhes do programa foram anunciados pelo presidente da Finep, Glauco Arbix e pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O evento teve abertura e encerramento da presidente da UNICA, Elizabeth Farina, e a participação do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.
Para Farina, viabilizar investimentos em inovação agrícola contribui diretamente para uma retomada dos ganhos de produtividade e para a redução de custos de produção. “É um passo que pode nos ajudar a chegar a um novo círculo virtuoso de investimento para expandir a capacidade de produção do setor sucroenergético,” afirmou.
O BNDES e a Finep vão disponibilizar R$1,480 bilhão para o período 2014-2018, sendo R$1,4 bilhão em financiamentos reembolsáveis, que incluem todas as linhas de crédito do BNDES e da Finep, além de instrumentos de renda variável de ambas as instituições. Outros R$80 milhões serão disponibilizados como recursos não reembolsáveis, sendo R$40 milhões por meio do Fundo Tecnológico – BNDES Funtec e R$40 milhões em subvenções econômicas pela Finep.
Para ilustrar a importância do novo programa, a presidente da UNICA destacou que 60% do custo de produção de etanol e açúcar está na área agrícola. “Os custos agrícolas já são elevados e estão na ascendente, ao contrário dos custos de processamento industrial da cana, que vem sendo objeto de pesquisas e investimentos que tem resultado em custos menores,” explicou.
Glauco Arbix detalhou como o programa foi concebido, visando atender demandas específicas do setor com um viés claramente agrícola. “Como ele é fruto de um diálogo, então acredito que ele tem tudo para ter êxito,” frisou.
Luciano Coutinho reforçou que o momento vivido pelo setor sucroenergético é de desafios, o que leva à necessidade de olhar para a frente e iniciar um processo de transformação. “Precisamos recuperar a produtividade do etanol, que há três anos tem apresentado uma queda e estagnação por diversos fatores, que vão desde a questão climática à falta de inovação nos canaviais,” disse.
Em sua apresentação, Coutinho enfatizou a importância de investir em tecnologias como o etanol de segunda geração (2G), que tem potencial para aumentar em até 45% a produtividade atual. “Não podemos desistir de conseguir a liderança do etanol 2G,” disse o presidente do BNDES.
Já o ministro Raupp centrou sua participação nos diversos programas que estão disponíveis para fomentar o desenvolvimento tecnológico. “A inovação é o caminho a ser seguido para aumentar a competitividade do setor, mas envolve riscos. O governo deve ser parceiro nos riscos junto aos investidores empresariais,” destacou.
Linhas temáticas do PAISS Agrícola
Serão apoiados pelo PAISS Agrícola planos de negócios de inovação que se destinem a cadeias produtivas da cana-de-açúcar e de outras culturas energéticas compatíveis, complementares e/ou consorciáveis com o sistema agroindustrial da cana, desde que inseridas em uma das cinco linhas temáticas fixadas.
A primeira linha inclui novas variedades de cana, sobretudo aquelas voltadas aos ambientes de produção das regiões de fronteira, mais adequadas à mecanização agrícola ou com maiores quantidades de biomassa ou ATR presente na cana. A ênfase será no uso de melhoramento transgênico.
A segunda linha será voltada para máquinas e implementos para o plantio ou colheita, bem como para a coleta de palha e outros resíduos, com ênfase na ampliação do uso de técnicas de agricultura de precisão. A terceira linha temática focará os sistemas integrados de manejo, planejamento e de controle da produção.
A quarta linha engloba técnicas mais ágeis e eficientes de propagação de mudas e dispositivos biotecnológicos inovadores para o plantio. A quinta linha será para projetos que contemplem a adaptação de sistemas industriais para culturas energéticas compatíveis, complementares ou consorciáveis com o sistema agroindustrial do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.
A apresentação dos planos de negócios selecionados deve ser feita até 16 de maio de 2014. O resultado preliminar da etapa única de seleção dos planos e a indicação dos planos de suporte conjunto deverão ser divulgados no dia 20 de junho.
Recursos ao resultado preliminar poderão ser interpostos até 30 de junho e o resultado final deverá ser anunciado no dia 10 de julho. Os primeiros desembolsos deverão ocorrer ainda em 2014.
Todos os detalhes do PAISS Agrícola podem ser obtidos por meio dos seguintes endereços eletrônicos: www.finep.gov.br/paissagricola ou www.bndes.gov.br/paissagricola.
Para baixar a apresentação da Finep, clique aqui
Para baixar a apresentação do BNDES, clique aqui
