fbpx

Para UNICA, carros híbridos são bem-vindos no Brasil e não concorre

25 de outubro de 2010

O anúncio de que o consumidor brasileiro terá em breve pelo menos cinco opções de carros híbridos não significa concorrência para a já consagrada tecnologia flex, avalia Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia  da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). Às vésperas do início do 50º Salão do Automóvel em São Paulo, as montadoras Ford, Porsche, BMW, a chinesa JAC e a Mercedes-Benz, esta última pioneira em trazer híbridos ao mercado brasileiro, anunciaram publicamente que têm interesse em importar estes veículos.

A tecnologia dos veículos híbridos combina sistemas de propulsão elétricos com motores de combustão, o que favorece a economia de combustível e um melhor desempenho ambiental. “Há um alarde de que o carro híbrido competiria com o flex. No caso dos modelos anunciados, trata-se de versões ultra luxo que compõe um mercado de nicho de baixo volume de vendas,” afirma Szwarc.

Quanto a modelos de custo mais acessível, com importação ou produção local ainda não anunciados, Szwarc lembra que é preciso esclarecer que esses veículos podem vir a ser uma versão mais sofisticada de veículo flex, pois esse tipo de motorização é compatível com a tecnologia híbrida. “A decisão de importar ou produzir no país veículos híbridos Flex é uma questão de ordem estratégica e mercadológica para as montadoras, todavia seria muito interessante para o consumidor brasileiro também poder ter acesso a essa tecnologia” afirma o consultor da UNICA.

Szwarc explica que um veículo hibrido equipado com motor flex pode alavancar ainda mais os benefícios ambientais que o etanol proporciona, com a vantagem de oferecer maior economia no consumo de combustível. Ele alerta que o consumidor interessado nesse tipo de tecnologia deve estar atento ao que lhe é oferecido, pois existem vários tipos de tecnologia híbrida no mercado internacional. As diversas opções tecnológicas possibilitam ganhos de economia e redução de emissões que variam de aproximadamente 15%, no caso das alternativas mais simples, até cerca de 50% para o caso das tecnologias mais avançadas, como o “híbrido plug-in”.

Tecnologia mais complexa

O consultor da UNICA argumenta que apesar de ser bem vinda, trata-se de uma tecnologia mais complexa pois requer dois sistemas de propulsão, o que tem impacto econômico na produção do carro e na sua manutenção. Por outro lado, ele ressalta a necessidade de se reconhecer os importantes benefícios que seu uso traz que, ao longo do tempo, acabam compensando o maior investimento inicial.

De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição de quarta-feira (20/10), o Ford Fusion híbrido, fabricado no México, chegará ao Brasil no final deste mês a um custo entre R$ 100 mil a R$ 150 mil.  O Mercedez-Benz S400, importado da Alemanha, custa cerca de R$ 430 mil, preço similar ao do Porsche Cayenne.  Já o BMW Série 7 deve sair em torno de R$ 650 mil, enquanto o chinês JAC J5 ainda não tem preço estimado.