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Para UNICA, políticas públicas são chave para desenvolver mercado

5 de abril de 2011

Políticas públicas construtivas são essenciais para o sucesso dos biocombustíveis em qualquer mercado, ao mesmo tempo que políticas que distorcem o comércio e a produção ou criam novas barreiras devem ser evitadas. A constatação, da assessora sênior da presidência da União da Indústria de Cana de Açúcar (UNICA) para assuntos internacionais, Géraldine Kutas, foi apresentada durante o World Biofuels Markets (WBM), evento realizado em Roterdã, na Holanda.

Durante mesa redonda sobre o mercado mundial de bioetanol no dia 23 de março, Kutas destacou que políticas públicas devem funcionar em prol do desenvolvimento e intensificação do uso das energias renováveis em geral e de biocombustíveis em particular. “Mecanismos mais eficientes e orientados para o mercado devem ser considerados, para permitir que os biocombustíveis possam cumprir com suas promessas de redução de emissões no setor de transportes,” disse.

A Assessora Sênior do Presidente para Assuntos Internacionais, Géraldine Kutas, recebe visitantes no estande da UNICA no WBM (Foto: UNICA)A mesa, moderada por Gloria Gaupmann, diretora de políticas energéticas e de meio ambiente da da Associação Européia de Etanol Renovável (ePURE), teve ainda as participações de Jesus Perez, engenheiro sênior de sustentabilidade e consultoria estratégica da Abengoa Bioenergia; Richard Stark, gerente de apoio para renováveis da British Sugar; e Alexei Ablaev, presidente da associação russa de biocombustíveis.

Demanda em alta

Em sua apresentação, Kutas detalhou a evolução da indústria brasileira de cana de açúcar destacando que os veículos flex, assim como outras variáveis, estimularam um crescimento significativo na produção de etanol na última década. Entretanto, a indústria ainda está se recuperando dos efeitos da crise financeira global de 2008, que reduziu os investimentos e intensificou a consolidação, instigando movimentos estratégicos significativos envolvendo fusões e aquisições.

“Para atender à crescente demanda doméstica e também internacional por etanol de cana-de-açúcar, um dos biocombustíveis mais sustentáveis e com os maiores índices de redução de gases causadores do efeito estufa (GEE), a indústria brasileira da cana-de-açúcar precisará de um novo ciclo de investimentos,” afirmou Kutas, ao apresentar dados que comprovam que o consumo de etanol deve crescer significamente não somente no Brasil como também em outros importantes mercados, como os Estados Unidos e a União Européia.

“Na Europa, os planos de ação nacionais nos dizem que o consumo de etanol na UE irá crescer de 4,7 bilhões de litros em 2010 para 12,2 bilhões de litros na próxima década. Até 2020, os países da UE planejam produzir domesticamente cerca de 6 bilhões de litros por ano, o que deixa 6,2 bilhões de litros para serem adquiridos de outros países da UE ou importados de outros países, como o Brasil,” destacou Kutas.

Etanol de cana em destaque

As apresentações e discussões durante os três dias de evento centraram em dois importantes tópicos: o etanol de cana de açúcar e os biocombustíveis de segunda geração. Em apresentação durante o segundo dia do evento, o CEO da BP Biocombustíveis, Philip New, reforçou a estratégia de sua empresa que tem como objetivo principal construir uma posição de liderança em biocombustíveis sustentáveis e disponíveis em escala comercial. O executivo também destacou que o etanol de cana-de-açúcar, um dos bicombustíveis mais eficientes disponíveis atualmente, terá um papel importante neste plano ambicioso para a descarbonização do setor de transportes.

UNICA no WBM 2011

Mais de 300 participantes presentes na conferência visitaram o stand da UNICA, onde puderam adquirir mais informações sobre a indústria brasileira de cana-de-açúcar e as contribuições do etanol de cana para a mitigação das mudanças climáticas e a segurança energética. No stand da UNICA, os visitantes também conheceram novos produtos e as mais modernas tecnologias envolvendo etanol e derivados da cana, como o bio-etileno usado na produção de bioplásticos. Outra atração foi a Usina Virtual, ferramenta multimídia interativa que mostra todas as etapas da produção de açúcar e etanol, do plantio da cana até a entrega dos produtos finais.

O stand da UNICA no WBM 2011 também recebeu a visita de Alex Figueiredo, gerente de operações do centro de negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em Bruxelas, Bélgica: “Esta é uma oportunidade muito importante para promover todas as contribuições ambientais e econômicas do etanol de cana de açúcar brasileiro entre os principais representantes da indústria de biocombustíveis européia.”

A participação da UNICA no evento ocorreu dentro do escopo do projeto Apex-Brasil/UNICA, iniciado em janeiro de 2008 e renovado em setembro de 2010. Trata-se de uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O objetivo do projeto Apex-Brasil/UNICA é promover a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável ao redor do mundo.