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Paraguai pretende dobrar área destinada à produção de etanol

6 de agosto de 2009

O Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai informou que pretende dobrar de 50 para 100 mil hectares (ha) a área de cultivo da cana-de-açúcar destinada à produção de etanol no país. A ampliação faria com que o volume anual produzido passasse de 228 milhões para 300 milhões de litros por ano. Procurado pela reportagem da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o governo paraguaio disse que a medida deve ocorrer nos próximos anos, sem estipular prazos para isso. No total, o país possui 500 mil ha disponíveis para o cultivo da cana-de-açúcar.

“A existência de programas regionais de produção de etanol ajudam na consolidação do produto como uma commodity. Projetos como o do Paraguai se somam à recente iniciativa de outros países latino-americanos, caso da Colômbia, e  são importantes na regulação da oferta de biocombustíveis no continente, proporcionando um aumento de cooperação tecnológica entre os países, além da geração de economias de escala na produção e distribuição do etanol. O mesmo é válido para a produção de carros flex”, ressalta o diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão de Sousa.

Atualmente, nove usinas produtoras de etanol anidro e hidratado operam no Paraguai, cuja produção de biocombustíveis teve início na década de 1970.

Demanda

A demanda por etanol no Paraguai vem aumentando, e deve continuar crescendo este ano graças ao acréscimo estimado de aproximadamente 7,5 mil veículos à frota bicombustível do país até o final do ano. A expectativa é de que em dezembro 10 mil carros flex já estejam rodando com um combustível limpo e renovável no Paraguai. O mercado automotivo local não produz carros bicombustíveis, que são importados do Brasil e dos Estados Unidos.

Outro motivo que pode impulsionar ainda mais a produção de etanol no país é um possível aumento de 1% na mistura de etanol anidro à gasolina, que atualmente é de 24%. A medida está sendo analisada pelo governo paraguaio.

Cooperação

A evolução do uso de etanol no país demonstra que um acordo bilateral sobre o assunto, firmado com o Brasil em maio de 2007, começa agora a sair do papel. Na ocasião, o governo brasileiro se propôs a impulsionar a produção e a comercialização do etanol e do biodiesel naquele país.

O documento resultou do acordo de cooperação mais amplo, assinado dois meses antes entre Brasil e EUA pelos presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva. Com o pacto, a intenção de brasileiros e americanos, os dois maiores produtores e consumidores de etanol do mundo, é promover a produção e a utilização do etanol em outros países, particularmente nas Américas.

“O crescimento da produção de combustíveis limpos e renováveis na América do Sul sinaliza que os países da região estão se conscientizando da importância do etanol como um  instrumento que proporciona desenvolvimento socioambiental, promovendo empregos, colaborando na redução da dependência dos combustíveis fósseis e no combate ao aquecimento global”, observa o diretor executivo da UNICA.