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Pesquisa une setor privado e universidade

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11 de abril de 2008

Os repetidos ataques à indústria da cana e a necessidade de respostas consistentes tomaram a maior parte dos debates no I Workshop do Observatório do Setor Sucroalcooleiro, na última quinta-feira (10/04/08), em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.


O evento recebeu cerca de 300 pesquisadores, empresários, estudantes e jornalistas na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-RP) da Universidade de São Paulo (USP). E consolidou a primeira fase do projeto, inclusive com o lançamento do livro que resume os estudos realizados durante um ano sobre o segmento.


Patrocinado pela UNICA, o Observatório produziu análises e artigos sobre a expansão da atividade e impacto na arrecadação, gestão de risco, créditos de carbono, cogeração de energia e o segmento de bens de capital, entre outros.


O presidente da UNICA, Marcos Jank, afirmou que as contestações dentro e fora do País sofridas pelo setor devem ser rebatidas com dados críveis e que ajudem a sociedade a entender o assunto.


“Sabemos que a visibilidade do setor mexe com interesses e as respostas exigem conhecimento, e isso se gera na universidade”, disse Jank na abertura do seminário.


O professor Rudnei Toneto Júnior, diretor da FEA-RP e coordenador do Observatório, disse que o projeto tem “como meta ampliar e aprofundar os estudos e análises sobre o assunto”.


No final da tarde, durante o encerramento do workshop, o empresário Pedro Biagi, da Pedra Agroindustrial, afirmou que “esta iniciativa é muito importante, porque estamos reunindo conhecimento para enfrentar este tipo de ataque”.


Na mesma mesa, Clésio Balbo, do Grupo Balbo, disse que só informação sólida será capaz de destruir argumentos não-fundamentados como os que relacionam a produção de álcool a problemas trabalhistas, desmatamento ou escassez de alimentos no mundo. “O desafio é muito grande e precisamos cada vez mais das pesquisas”, acrescentou Balbo.


Desafios


Durante as palestras dos pesquisadores, várias perguntas de convidados levantaram temas sobre logística, energia de biomassa e indústria de bens de capital. No primeiro caso, a principal discussão foi em relação à construção de um duto para transporte de etanol, que leve o produto fabricado no Centro-Sul até a costa brasileira. Questionado sobre qual a melhor alternativa, Clésio Balbo, disse que o setor não pode abrir mão de ter o controle do projeto. “É algo estratégico e fundamental”, acrescentou.


A cogeração a partir de bagaço da cana tem entraves como problemas de conexão, que precisam ser resolvidos de imediato. Esta avaliação foi consenso entre pesquisadores e empresários. “Há uma negociação em curso entre o governo e as empresas para acharmos uma solução. Estamos otimistas”, disse o engenheiro Celso Zanatto, do Grupo Cristalsev. “Afinal, não podemos desperdiçar o potencial de geração comparável a uma Usina de Itaipu”, completou Zanatto.


Na análise do Observatório sobre a indústria de equipamentos, fica claro que sua competitividade deu forte impulso ao setor da cana até agora. Entretanto, Carlos Liboni, do Centro das Indústrias de Sertãozinho, disse que gostaria de lançar uma espécie de provocação para encerrar o debate: “A cadeia produtiva da indústria de bens de capital avançará em pesquisa e tecnologia ou perderá a competitividade?” Acabou aplaudido pelo auditório.


O I Workshop do Observatório do Setor Sucroalcooleiro teve apoio da FEA-RP, FUNDACE (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia – Ribeirão Preto), Cristalsev e UNICA.