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Pesquisador do Iema admite que estudo sobre emissões tem problemas

18 de setembro de 2009

O recente estudo divulgado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), cuja conclusão é de que os motores de carros flex que usam gasolina em vez de etanol poluem menos, apresenta falhas e precisa ser aperfeiçoado. A afirmação foi feita por André Ferreira, que representou o Instituto em um debate nesta sexta-feira (18/09), promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, na capital paulista.

“O ranking, da maneira como foi divulgado, ele tem problemas porque exclui alguns poluentes que poderiam favorecer o álcool (etanol) e outros que comprometeriam um pouco mais… Acho que os critérios precisam ser aperfeiçoados, embora estejam propiciando esse debate”, afirmou Ferreira.

O trabalho do Iema procura estabelecer um ranking de automóveis mais e menos poluentes, mas não considera emissões de CO2, enxofre e partículas, que estão entre os principais causadores do aquecimento global. Na quinta-feira, em Brasília, o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, utilizou a cerimônia de lançamento do Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar para frisar que o etanol é um combustível limpo e o mais adequado para uso em veículos automotores.

Para o consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, que também participou do debate ao lado do professor Francisco Nigro (Escola Politécnica da USP), o estudo traz “problemas na metodologia do ranking proposto, gerando desinformação, uma polêmica desnecessária e inútil. Não se pode comparar abacaxi com banana.”

O consultor da UNICA informou que não há dúvida sobre a performance superior do etanol em relação aos poluentes quando se consideram todas as emissões, e não somente parte delas. “Da forma como foi divulgado à opinião pública tem-se a impressão absolutamente equivocada sobre o assunto, distorcida mesmo”.

Já Francisco Nigro, da USP, concorda que há problemas no trabalho do Iema e a argumenta que é preciso acelerar a evolução dos motores flex quando utilizam o etanol de combustível. “O álcool (etanol) está seguramente à frente da gasolina em termos de efeito no meio ambiente e saúde pública,  mas é preciso melhorar, fazer desenvolvimento”.