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Possível volta de leilão específico para biomassa de cana estimular

24 de agosto de 2011

O aceno dado pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, para que ocorram leilões específicos por fontes de energia promovidos pelo Governo Federal, será um estímulo à bioeletricidade produzida a partir da biomassa de cana-de-açúcar se levado adiante. A avaliação é do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, ao tomar conhecimento da declaração de Tolmasquim à Imprensa.

“Energia e etanol são produtos sinérgicos. Se fechamos a porta para a bioeletricidade desestimula-se a tão necessária expansão do etanol no País,” avaliou Jank pouco depois do depoimento do presidente da EPE.   Tolmasquim afirmou, após um debate realizado em São Paulo, “que  nada  impede de se ter um leilão com todas as fontes competindo e outro com uma situação específica; hoje não há uma razão, mas se nossa política energética encontrar alguma, podemos mudar”.

Para a UNICA, após assistir o setor sucroenergético ficar com somente 5% da fatia do bolo de energia comercializado nos leilões de compra de 17/08 e 18/08, seria importante um modelo de contratação por leilões que fossem estruturados de forma a observar as especificidades da bioeletricidade. Atualmente a bioeletricidade de cana compete nestes leilões com a energia eólica e com a fonte fóssil gás natural.

Palha

Jank argumenta que seria importante um leilão em 2012 específico para a bioeletricidade, na qual fosse contemplado, por exemplo, o enorme potencial da palha da cana para este fim que ainda é muito pouco usado. “Isto estimularia a reforma das usinas existentes e o surgimento de greenfields (construção de novas usinas), o que contribui para a expansão da indústria de etanol e açúcar,” afirma.

O próximo leilão de energia agendado deve ocorrer em dezembro,  o chamado “Leilão A-5”. De acordo com informações do presidente da EPE, a intenção é abrir a disputa para todas as fontes de geração.

Zilmar de Souza, gerente em Bioeletricidade da UNICA, acredita que o Leilão A-5 já poderia ser uma oportunidade à biomassa com foco nos atuais três vetores do setor sucroenergético: o aproveitamento da palha para a bioeletricidade, a reforma das usinas existentes e a expansão de greenfields. “Seria o ideal para de fato colocarmos em prática o que temos dito repetidamente: há pelo menos três usinas Belo Monte adormecidas nos canaviais e que podem ser viabilizadas com os corretos instrumentos,” conclui.