O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou nesta quinta-feira (21 a importância do etanol na descarbonização da matriz energética veicular. No discurso de encerramento do seminário “Futuro da Matriz Veicular no Brasil”, promovido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o ministro afirmou que o processo de eletrificação dos veículos é irreversível, mas ponderou que a utilização de uma tecnologia baseada puramente em baterias não deve ser a única trajetória a ser seguida.
Albuquerque destacou as pesquisas desenvolvidas para a criação de um veículo híbrido/flex utilizando o etanol como combustível. “Com essa modernização teremos em circulação o veículo automotivo mais limpo do mundo. De acordo com cálculos da Associação de Engenharia Automotiva, atualmente esse modelo emite um terço das descargas de CO2 do veículo elétrico europeu.”
Neste cenário, o ministro propôs como desafio a criação de soluções para viabilizar economicamente a produção de veículos elétricos conciliando o etanol como fonte de energia. “Conciliar a eficiência dos motores elétricos e a vocação nacional para a produção de biocombustíveis, soluciona a problemática associada ao tempo de recarregamento de baterias, de constituir a solução mais limpa para a descarbonização da matriz energética e de renunciar vultuosos investimentos em expansão na infraestrutura de fornecimento de energia elétrica, pois temos hoje no Brasil 42 mil postos de combustíveis.”
O ministro ainda ressaltou a participação recorde do etanol no mercado. “Entre janeiro e outubro do ano passado, o etanol supriu 51% da demanda de combustíveis para veículos leves.”
Para o economista-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Luciano Rodrigues, que participou do seminário, os biocombustíveis, em especial o etanol, são parte importante de diversas rotas de eletrificação, permitindo reduzir as emissões com energia limpa nacional. Além de oferecer opções ao consumidor brasileiro em um contexto de diversificação das formas de mobilidade.
Rodrigues reforçou as vantagens comparativas e a posição de vanguarda do Brasil na produção e uso de biocombustíveis, com benefícios ambientais, sociais e econômicos significativos para a sociedade brasileira. “Trata-se de uma diretriz que reforça a importância da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e está alinhada aos elementos do programa que define regras para a fabricação dos automóveis produzidos e comercializados no Brasil (Rota 2030).”
