A importância do fortalecimento das instituições, ferramenta vital para o desenvolvimento bem-sucedido de um país, foi o destaque do discurso do presidente da UNICA, Marcos Sawaya Jank, ao ser reconhecido como profissional do ano de 2007 pela Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP). A cerimônia, realizada nesta segunda-feira (14/07/2008) no auditório do Esporte Clube Sírio, na zona sul de São Paulo, premiou mais doze profissionais do setor e homenageou o centenário da imigração japonesa para o Brasil.
No discurso, Jank frisou que instituições são muito mais importantes para o desenvolvimento das sociedades do que indivíduos isolados: “Aprendi que os países que conseguiram fortalecer suas instituições são exatamente aqueles que mais se desenvolveram. A falta de instituições sólidas gera políticas erráticas, sem continuidade, sem planejamento de longo prazo”, destacou.
Para Jank, o Brasil produziu nas últimas décadas a mais impressionante revolução tecnológica na área tropical do planeta, saindo do café, do açúcar e das pastagens extensivas para a soja, o milho, o algodão, as carnes, os lácteos, a silvicultura, a laranja e a fruticultura em geral, chegando “a esta magnífica fronteira da agroenergia”. E observou: sou testemunha do imenso respeito que adquirimos no mundo moderno, graças aos intensos ganhos de produtividade da terra, do trabalho e do capital que atingimos. É fantástico ver este período, em que milhões de pessoas estão deixando a linha de pobreza nas nações em desenvolvimento e comendo cada vez mais e melhor.”
Recentemente indicado para integrar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República e o Conselho Consultivo da EPE, a Empresa de Pesquisa Energética do governo federal, o presidente da UNICA concluiu que o que ainda falta ao Brasil é organização: “O Brasil é um país de fantásticos talentos individuais, mas que carece de maiores esforços de organização coletiva, seja nas empresas, nas associações ou no setor público”.
Dentro do objetivo de fortalecer as instituições ligadas ao agronegócio, Jank aceitou em junho de 2007 o desafio de presidir a UNICA, uma das maiores associações do agronegócio brasileiro, adentrando uma nova fronteira da agricultura – a produção de energia. Para ele, a dinâmica do setor sucroenergético obriga seus integrantes a encarar o que pode ser considerada uma nova agenda do agronegócio, não restrita à indústria da cana-de-açúcar. Segundo Jank, essa nova agenda inclui itens como a consolidação e profissionalização de empresas, a abertura de capital, a concorrência cada vez mais globalizada, mudanças tecnológicas, a busca por soluções para gargalos logísticos e a ambiciosa agenda de sustentabilidade sócio-ambiental.
Criada em 1972, a premiação concedida pela AEASP é entregue anualmente e já reconheceu, entre outros, o ambientalista e ex-ministro do meio-ambiente José Lutzemberger (1978), o ex-ministro da agricultura Roberto Rodrigues (1987) e o atual secretário do meio-ambiente do estado de São Paulo, Francisco Graziano Neto (1997). Os agraciados recebem uma estatueta da Deusa Ceres, que na mitologia grega, representa a fertilidade da terra, das colheitas e da civilização. O conselho deliberativo da ÚNICA foi representado no evento pelo presidente da Copersucar, Hermelindo Ruete de Oliveira, pelo presidente do conselho de administração da Santelisa-Vale, André Biagi, pelo vice-presidente geral da Cosan, Pedro Izumu Mizutani e pelo presidente do Grupo Maubisa, Maurílio Biagi Filho.