fbpx

Produção de etanol de mandioca na Amazônia deve considerar riscos ambientais

0
5 de fevereiro de 2009


Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre a possibilidade de produção na Amazônia de etanol a partir da mandioca açucarada, deve avaliar a viabilidade econômica da produção e os riscos agrícolas e ambientais da cultura energética da mandioca naquela região. A opinião é do consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc. 



A mandioca, rica em glicose e sacarose, vem sendo pesquisada como matéria-prima para o etanol pelo pesquisador da Embrapa Luiz Joaquim Castelo Branco Carvalho. O intuito é facilitar a produção e o consumo local do etanol na Amazônia, principalmente no Pará, onde há uma grande concentração da planta. 
 


Para Szwarc, a pesquisa é interessante e tem mérito na medida em que busca alternativas para a agricultura familiar, mas deve ser cautelosa para não repetir erros de projetos semelhantes e que foram mal-sucedidos na década de 1980. O executivo da UNICA se referiu aos casos de Curvelo (MG) e Sinop (MT), onde se pretendia plantar mandioca para a geração de etanol, porém em condições agrícolas e econômicas desfavoráveis, agravadas pela ocorrência de pestes que acabaram por inviabilizar os projetos.


A pesquisa, que prevê a produção em microdestilarias, ainda está em fase de testes. “É fundamental que a tecnologia empregada possibilite que a produção do etanol apresente qualidade compatível com as especificações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e constância nessa qualidade, para que não ocorram problemas com os motores”, completou Szwarc, apontando esta falha como uma das que ocorreram na década de 1980, quando se tentou produzir etanol de mandioca comercialmente.