Fortes chuvas no mês de setembro, período tradicionalmente mais produtivo para a moagem de cana-de-açúcar, prejudicaram a produção de açúcar e etanol. A moagem na segunda quinzena de setembro foi de 29,89 milhões de toneladas, basicamente o mesmo volume esmagado na primeira quinzena, porém inferior em 11,06% ao volume esmagado na mesma quinzena da safra anterior, que foi de 33,61 milhões de toneladas.No acumulado até o final de setembro, o volume de cana processada foi de 377,5 milhões de toneladas, 7,7% superior aos 350,4 milhões na safra 2008/09.
Dos 30 dias disponíveis para moagem em setembro apenas 20 foram aproveitados. Quando observada a média histórica de 27 dias, conclui-se que somente nesse mês deixaram de serem processadas mais de 19 milhões de toneladas de cana.
Estes números resultam de condições climáticas desfavoráveis à colheita da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do país. Enquanto a precipitação pluviométrica mensal do mês de setembro nos últimos 40 anos foi de 65 mm, em setembro de 2009 o volume foi superior a 180 mm, quase três vezes a média histórica. Uma situação, aliás, que vem ocorrendo desde o mês de julho.
Quanto à transformação da matéria-prima em produtos, que corresponde à obtenção de Açúcares Totais Recuperados por tonelada de cana processada (ATR), em setembro de 2009 foram obtidos 138,8 quilos, cifra 19 quilos abaixo da média das últimas quatro safras (157,8 quilos por tonelada).
No período de abril a setembro de 2008 foram obtidos 140,1 quilos de ATR, enquanto nesse ano, também no mesmo período, o resultado é de apenas 132,2 quilos. Quando comparada apenas a segunda quinzena de setembro, o resultado é de 138,0 quilos nessa safra, contra 159,0 na mesma quinzena da safra anterior.
Produção de açúcar e etanol
No caso da produção de açúcar o volume acumulado é de 20,77 milhões de toneladas, 8,96 % superior aos 19,06 milhões produzidos no mesmo período da safra passada. Já a produção de etanol acumulada é de 16,43 bilhões de litros, 3,08 % inferior aos 16,95 bilhões produzidos na safra anterior. Do total de cana processada, 43,7% foram destinados à produção de açúcar e 56,3% ao etanol.
Nota-se que enquanto a produção está fortemente afetada pelas condições climáticas, reduzindo a disponibilidade de produtos ofertada no mercado, a demanda continua crescente. As vendas de etanol (anidro e hidratado) para o mercado interno no mês de setembro atingiram 2,05 bilhões de litros, 14,9% superior ao mês de setembro de 2008.
Considerando-se apenas o crescimento das vendas de etanol hidratado – produto utilizado nos veículos flex – o aumento em relação ao mesmo mês do ano passado foi de 21,2%. No acumulado da safra (abril/setembro), o volume destinado ao mercado interno foi de 11,9 bilhões de litros, contra os 10,2 bilhões de litros destinados no mesmo período do ano anterior.
Exportações
Em relação ao mercado externo, o volume destinado no período de abril a setembro de 2009 foi de 2,1 bilhões de litros, 12,52% inferior ao apurado no mesmo período do ano passado (2,41 bilhões de litros). A maior redução nas exportações é do etanol anidro, de 58,03%, embora tenha ocorrido incremento nas exportações do etanol hidratado de 42,46%.
Após mais de dois anos com preços não remuneradores para o produtor, a recuperação nos preços do etanol observada nessa última semana resulta de dois principais fatores: maior demanda em razão do crescimento da frota flex e da competitividade do etanol frente à gasolina; a redução da produção observadas as limitações de moagem ocorridas desde o mês de julho de 2009.
A produção ocorrida no mês de setembro já havia sido incorporada na revisão da safra, portanto sem motivos para alterar os números revistos para a safra 2009/2010 que foram divulgados no mês de setembro. Continuamos com a previsão da produção de 29,3 milhões de toneladas de açúcar e de 23,7 bilhões de litros de etanol.
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