A redução de queima da palha da cana e a co-geração nas usinas do Estado de São Paulo, além da recuperação de matas ciliares, evitarão que 62,5 milhões de toneladas de dióxido carbônico (CO2) sejam emitidas até 2017. A cifra foi anunciada nesta quinta-feira (26/11), em São Paulo, quando foram revelados os resultados do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, em evento organizado pelas secretarias do Meio Ambiente, Agricultura e a União da indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
O Protocolo Agroambiental estabelece uma série de compromissos e diretivas técnicas relacionadas às indústrias sucroenergéticas do Estado. Uma delas refere-se à antecipação legal do fim da colheita de cana com o uso de fogo até 2014 (para área mecanizáveis) e 2017 (para áreas não mecanizáveis). Durante o encontro desta quinta-feira, a UNICA informou que até dezembro de 2017, somente em relação à queima da palha da cana, serão 8,5 milhões toneladas de CO2 que deixarão de ser emitidas.
“Transformamos fumaça e fuligem em energia verde. Os cálculos que apresentamos no Protocolo são de grande importância, o fim da queima da palha da cana contribuirá imensamente para o índice de redução das emissões que o Brasil apresentará na COP-15, na Dinamarca. Mostramos à sociedade os benefícios que essa iniciativa representa ao longo de seus dois anos de vigência, não apenas para São Paulo, mas para toda a sociedade brasileira”, observou Marcos Jank, presidente da UNICA.
Para o secretário de Meio Ambiente do Estado, Xico Graziano, “o Protocolo é uma página importante conquistada pelo setor, um discurso ambientalista que mostra resultados concretos.” Já o secretário de Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, destacou que o Protocolo “marca um novo modelo de trabalho entre o governo e o setor privado.” E acrescentou: “em razão da boa parceria que tivemos com UNICA neste esforço, talvez seja o caso de trabalharmos unidos em um pacto tributário para o setor.”
Adesões e próximas ações
Em sua apresentação durante o evento, o presidente da UNICA disse que 85% dos produtores do Estado já se comprometeram a cumprir as metas agroambientais fixadas no Protocolo. E que o total de área mecanizada no Estado saltou de 34,1% em 2007, para estimados 53,8% na safra 2009-2010. Isto significa que mais da metade da colheita já é realizada sem a queima da cana.
O executivo também informou as próximas ações que serão executadas pelo Protocolo. São elas:
• Fomento à pesquisa para o aproveitamento energético da palha da cana-de-açúcar.
• Estímulo à adequada transição do sistema de colheita de cana queimada para a colheita de cana crua, em especial no caso dos pequenos e médios plantadores de cana com áreas de até 150 há.
• Participação mais intensa em programas de requalificação de mão-de-obra.
• Remuneração por serviços ambientais: preservação de recursos hídricos e mitigação de gases de efeito estufa, em linha com o Plano Estadual de Mudanças Climáticas.