undefined O etanol brasileiro poderá conquistar uma fatia importante do mercado americano nas próximas décadas, de acordo com o relatório “The Future of Ethanol .
“Acreditamos que a abolição desta tarifa nos EUA representa uma oportunidade significativa para a indústria da cana do Brasil a médio e longo prazos,” enfatiza Andy Duff, chefe da área de Pesquisa em Alimentação & Agronegócio do Rabobank no Brasil.
Na opinião do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, além da abertura das fronteiras americanas, a luta pela redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) representa outra vantagem para o etanol de cana. “O que conta é o baixo uso de energia fóssil para produzir a mais elevada quantidade de energia renovável possível, algo que a cana faz melhor do que qualquer outra matéria-prima,” explica.
EPA
Nos EUA, deverão ser consumidos 136 bilhões de litros anuais de combustíveis renováveis até 2022. Deste total, uma cota de 79 bilhões de litros deverá ser preenchida pelos chamados “biocombustíveis avançados,” capazes de reduzir a emissão de GEEs em pelo menos 50% em comparação à gasolina. Ponto positivo para o etanol brasileiro, que segundo classificação da Agência de Proteção Ambiental americana (Environmental Protection Agency, ou EPA), consegue mitigar em até 90% as emissões em relação ao combustível de origem fóssil.
Embora ressalte o potencial de exportação do produto brasileiro para os EUA, o chefe da área de Pesquisa em Alimentação & Agronegócio do Rabobank acredita que, no curto prazo, o País deverá investir na produção interna do biocombustível. “Nos próximos anos, o foco da indústria brasileira será o crescimento do mercado doméstico, que vai continuar a subir como resultado da expansão da frota flex,” observa. Atualmente, os carros multicombustíveis já representam mais da metade da frota nacional, o que equivale a mais de 13 milhões de veículos em circulação. Em quatro anos, a expectativa é de que a tecnologia flex esteja presente em 71% dos carros leves.
Estimativas da UNICA indicam que para aumentar as exportações, atender à demanda doméstica crescente e manter a participação brasileira no mercado mundial de açúcar, que hoje é de 50% de todo o açúcar negociado no mundo, será preciso dobrar a produção de cana-de-açúcar dos atuais 555 milhões de toneladas para 1,2 bilhão de toneladas até 2020.