Mais cooperação entre Estados Unidos e Brasil em questões como segurança energética, mudança climática e livre comércio de biocombustíveis: essa foi a principal proposta do relatório “Building the Hemispheric Growth Agenda: A New Framework for Policy” (Construindo a Agenda de Crescimento Hemisférico: Uma Nova Estrutura para Diretrizes), publicado no dia 13 de janeiro de 2009 pelo Grupo Consultivo de Comércio, do Conselho das Américas (COA).
Segundo o vice-presidente do grupo, Eric Farnsworth, os Estados Unidos e o Brasil podem liderar o resto das Américas na busca por energias alternativas. “Os dois países podem ser uma grande força para mobilizar outros países das Américas a concordarem com uma agenda comum para biocombustíveis, pois ambos têm condições de fornecer a outros países assistência técnica, capacitação e tecnologia para a produção de biocombustíveis”.
Farnsworth entende que o apoio dado a países da América Central, Caribe e mais recentemente da África, para estabelecerem indústrias domésticas de biocombustíveis, devem ser priorizados e expandidos. Uma política natural para a nova administração do presidente Barack Obama, em busca de uma maior segurança energética e diminuição da dependência de combustíveis fósseis, seria, de acordo com o documento, uma gradual eliminação da tarifa de $54 centavos por galão imposta pelos EUA ao etanol importado.
O diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, reforça a importância da adoção de uma política nesses moldes pelo governo americano. “O livre comércio de biocombustíveis deverá fortalecer os programas de energias renováveis em todo o mundo. Os países mais competitivos neste segmento poderão suprir os mercados atuais e potenciais, oferecendo um biocombustível mais competitivo econômica, social e ambientalmente. Não faz sentido impor tarifas ao etanol, dificultando a consolidação dos programas de biocombustíveis, ao mesmo tempo em que os fósseis – como os derivados de petróleo – não estão sujeitos a quaisquer barreiras tarifárias”, afirmou Sousa.
O relatório do COA busca ainda construir uma ampla agenda para o próximo Summit das Américas, programado para abril de 2009.
O Conselho das América é a principal organização de negócios internacionais cujos membros compartilham um comprometimento comum para o desenvolvimento econômico e social, mercados abertos, regras do direito e democracia por todo o hemisfério ocidental. Para baixar a íntegra do documento Construindo a Agenda de Crescimento Hemisférico: Uma Nova Estrutura para Diretrizes, clique aqui.