Os consumidores americanos deixariam de gastar cerca de US$ 4,6 bilhões por ano, até 2013, se o governo eliminasse tarifas de importação para o açúcar, laticínios, etanol, vestuário e outros bens. Esta é a informação divulgada na quarta-feira (30/09) em um relatório da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC, na sigla em inglês) sobre tarifas de importação.
Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o documento é oportuno e revela de forma clara e criteriosa as vantagens que o consumidor americano teria com a eliminação de algumas tarifas de importação, principalmente sobre o etanol.
“O trabalho ratifica, com dados concretos, o que temos insistido há anos: que a eliminação de tarifas de importação de produtos brasileiros, em especial o etanol de cana, traria benefícios não só para nós, mas em particular para o bolso do consumidor americano”, explica o presidente da UNICA, Marcos Jank.
De acordo com o relatório, um dos principais impactos gerados por uma suposta redução tarifária envolveria o etanol, com ganhos anuais para os cofres americanos estimados em quase US$400 milhões. No caso do açúcar, o benefício caso ocorresse uma redução das tarifas extra-cota seria ainda maior que o do etanol: US$514 milhões por ano.
Para Jank, barreiras comerciais estão entre os principais empecilhos para o aumento das exportações de etanol brasileiro. Em 2009, até agosto, o Brasil exportou diretamente para os Estados Unidos apenas 142,4 milhões de litros de etanol. “Este número certamente seria muito maior se tivéssemos tarifas reduzidas ou eliminadas,” conclui o presidente da UNICA. Atualmente o imposto de importação imposto ao etanol pelos Estados Unidos é de 2,5%, além da sobretaxa de US$0,54 por galão (3,78 litros). O Congresso americano vai decidir até o final de 2010 se continua impondo essa sobretaxa.
Jank argumenta também que as vantagens da redução de barreiras ao etanol brasileiro não seriam somente para o bolso dos americanos, mas sobretudo do ponto de vista ambiental. “Não nos esqueçamos que o etanol de cana reduz em até 90% as emissões de gases de efeito estufa quando comparado à gasolina, e esse é um dos principais objetivos do programa americano de produção e uso de combustíveis renováveis”, concluiu.