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Selo Energia Verde e Sustentabilidade são temas de webinar

5 de março de 2021
Circuito elétrico de bioeletricidade

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e apoio da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL), realizaram nesta quinta-feira, 4, um webinar com o intuito de apresentar o Programa de Certificação da Bioeletricidade, que está sendo atualizado em 2021, além de palestra sobre a sustentabilidade ambiental na matriz elétrica brasileira.

O evento contou com a participação da vice-presidente do conselho de administração da CCEE, Talita Porto, e do presidente-executivo da ABRACEEL, Reginaldo Medeiros, além de duas palestras: “A sustentabilidade ambiental na matriz elétrica brasileira: perspectivas para a próxima década”, com a superintendente-adjunta de meio ambiente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Glauce Botelho, e “Os fundamentos e as diretrizes do Programa de Certificação da Bioeletricidade UNICA/CCEE/ABRACEEL – Edição 2021”, com o gerente de bioeletricidade da UNICA, Zilmar Souza.

A abertura do evento ficou por conta de Talita Porto, que enfatizou a atenção do setor com a sustentabilidade. “Quando a gente analisa o setor de bioeletricidade percebemos que essa preocupação com a sustentabilidade sempre esteve presente. Acredito que o número de empresas certificadas deve crescer cada vez mais”, apontou.

O presidente-executivo da ABRACEEL, Reginaldo Medeiros, elogiou a iniciativa e a crescente preocupação com sustentabilidade. “Uma pesquisa da ABRACEEL mostra que 90% dos consumidores gostariam de produzir sua própria energia renovável. O consumidor final tem, cada vez mais, vontade de ter acesso a uma energia renovável e certificada, isso gera valor e é um produto diferenciado. Esse selo traduz, em termos de mercado, esse desejo de sustentabilidade, não só das empresas, mas também dos consumidores”.

Durante a palestra, Glauce Botelho apresentou o Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 (PDE) da EPE, um documento voltado para toda a sociedade sobre as perspectivas do governo para a expansão do setor de energia, e apontou a importância dos produtos da cana-de-açúcar, como uma das principais fontes de energia renovável do país. “Estima-se que até 2030 haverá expansão termelétrica da biomassa de 1.095 MW, dos quais 80% serão provenientes de bagaço da cana, e o restante de resíduo florestal. O Brasil já é um país diferenciado em relação à sustentabilidade nesse quesito, a matriz brasileira é um pouco mais de três vezes mais renovável do que a média mundial”.

Zilmar Souza, da UNICA, detalhou as diretrizes do programa para 2021 e destacou a relevância da energia proveniente da cana na matriz energética brasileira. “Desde o ano de 2007, o setor da cana participa com a segunda posição entre as fontes de energia, superando a fonte hídrica. Em 2019, fechamos com recorde, representando 18% da oferta interna de energia. Então, o Brasil tem uma fotografia muito interessante do ponto de vista da sustentabilidade”.

O programa Selo Energia Verde certificou, até o momento, 60 usinas em 2021, que juntas irão produzir mais de 12 mil GWh ao longo do ano. Deste total, 59% serão exportados para a rede e 41% serão para o autoconsumo. O potencial oferecido à rede pelas usinas certificadas é capaz de atender 6 milhões de unidades consumidoras residenciais, além de ser equivalente a toda a energia elétrica produzida no Brasil, em 2020, com carvão mineral. A energia gerada nessas usinas também é importante para a qualidade do ar, pois vai evitar a emissão de mais 3 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, marca que somente seria atingida com o cultivo de 23 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.

Selo Energia Verde

Criado em 2015, o Programa de Certificação da Bioeletricidade foi idealizado pela UNICA, em parceria com a CCEE e conta com o apoio da ABRACEEL. O programa, o primeiro do tipo no mundo focado estritamente no setor sucroenergético, busca incentivar a participação da bioeletricidade na matriz energética brasileira, ao mesmo tempo que oferece ao mercado livre a possibilidade de mostrar preocupação com o consumo responsável.

O selo é emitido pela UNICA, tem renovação anual e adesão voluntária. Para conseguir o Certificado Energia Verde, a usina deve atender a determinados requisitos, como cumprir critérios de eficiência energética na produção de energia elétrica, além de ser o combustível principal empregado na geração de biomassa. Em 2021, as diretrizes do programa foram atualizadas quanto à concessão para comercializadoras e consumidores livres.