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Seminário vai discutir o cultivo de sorgo sacarino na entressafra

10 de setembro de 2012

O cultivo de sorgo sacarino vem se tornando uma alternativa cada vez mais viável para empresas do setor sucroenergético do Centro-Sul do País interessadas em ampliar a produção de etanol no período de entressafra da cana, que vai de novembro a abril na região. As alternativas e oportunidades para a expansão desta cultura em usinas brasileiras será tema do “Seminário Temático Agroindustrial de Produção de Sorgo Sacarino para Bioetanol,” evento organizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a ser realizado nos dias 20 e 21 de setembro em Ribeirão Preto (SP).

Para o consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, o encontro, que terá a participação de dois grupos empresariais associados à UNICA – Cerradinho e Bunge –, será uma ótima oportunidade para se entender o potencial do sorgo sacarino como fonte complementar à cana na fabricação do etanol, principalmente em função do aumento do consumo do combustível ocasionado pelo crescimento da frota de veículos flex nos últimos anos.

“Com esta nova alternativa, as usinas podem estender a moagem sem custos adicionais impactantes, pois adaptam os mesmos equipamentos utilizados nas lavouras de cana, como colheitadeiras, além de aproveitar áreas de canaviais em renovação para o plantio do sorgo sem expandir fronteiras agrícolas,” avalia o executivo da UNICA. Resultados de pesquisas em campo revelam que um hectare (ha) de sorgo sacarino – diferente do tipo usado como ração animal – rende em média 2,5 mil litros de etanol, enquanto que a mesma área cultivada com cana produz, em média, seis mil litros do combustível renovável.

Durante dois dias, o Seminário idealizado pelo Governo Federal abordará o tema por meio de mais de 20 painéis apresentados em sua maioria por especialistas da Embrapa, considerada um dos principais centros de tecnologia agrícola do mundo, com forte atuação em pesquisas relacionadas ao milho, soja e feijão. Representando o setor sucroenergético, farão palestras o engenheiro agrônomo do grupo Cerradinho, Luís Renato de Paula Ferreira, e o gerente industrial da empresa, Walter di Mastrogirolamo, além do representante da Bunge, Pedro Vilela.

Entre as autoridades políticas, já confirmaram presença o ministro do Mapa, Jorge Alberto Portanova Mendes Ribeiro Filho, o diretor-presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes Pereira e a secretária da Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi. Em sua participação logo após a abertura do evento, o coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), Luiz Custódio Cotta Martins vai abordar o tema “O Mercado Sucroenergético: Visão e Perspectiva Públicas para a Inserção do Sorgo Sacarino.”

Pesquisas no Brasil

No Centro-Sul, polo da produção canavieira nacional, é crescente o número de usinas que vêm apostando no sorgo sacarino como alternativa para a fabricação de etanol durante a entressafra canavieira. Embora os resultados ainda estejam sob análise, as empresas do setor vem demonstrando entusiasmo com a ideia. É o caso da usina Boa Vista, joint-venture entre o grupo São Martinho e a Petrobras Biocombustível (PBio) localizada em Quirinópolis (GO), que plantou 270 ha de sorgo sacarino em 2011 e pretende aumentar o cultivo para uma área de 600 ha na próxima entressafra.

No Brasil, o mercado de sementes de sorgo sacarino tem dois grandes produtores: a Embrapa, que atualmente trabalha no desenvolvimento de 25 novas variedades da planta, e a Monsanto, que desde 2004 estuda o sorgo no Brasil, mantendo mais de doze mil ha de área plantada em dez unidades produtoras de açúcar e etanol.

Para participar do “Seminário Temático Agroindustrial de Produção de Sorgo Sacarino para Bioetanol,” os interessados deverão acessar o site do evento e preencher uma ficha de inscrição até o dia 18 de setembro. As vagas são limitadas.