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Serra, Minc e Marina defendem etanol como alternativa na COP-15

14 de dezembro de 2009

Em um debate acalorado, com a presença do Governador José Serra, do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc e da senadora Marina Silva, o etanol de cana-de-açúcar ganhou destaque como solução de combate às mudanças climáticas nesta segunda-feira (14/12), durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15), em Copenhagen, Dinamarca.  O três se encontraram durante evento organizado pela “Aliança Brasileira pelo Clima”, que congrega 14 entidades brasileiras que representam a  agricultura, florestas plantadas e a bioenergia, entre elas a União da Indústria de Cana de Açúcar (UNICA).

“Nosso país é o que mais produz etanol com eficiência, devido ao clima favorável e por dominarmos a técnica de produção. Para cada oito unidades de energia de etanol produzidas, utilizamos apenas uma de energia fóssil, o que está contribuindo para a redução das emissões de CO2”, afirmou o governador Serra durante o evento, que ocorreu no Pavilhão da Delegação Brasileira na COP-15.

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Serra, Elizabeth de Carvalhaes, Minc e Marcos Jank.

Para o ministro Minc, “é importantíssimo esse processo de substituição da queima de combustíveis fósseis pela utilização de fontes de energia renovável, como o etanol. Nós dominamos a técnica de produção e investimos muito em sua tecnologia.”

A senadora Marina Silva não tinha participação confirmada, mas surpreendeu os organizadores ao chegar ao local e foi convidada a se manifestar. Ela destacou a questão das metas a serem desenhadas em Copenhague: “Os países em desenvolvimento não podem ficar criando resistência quando é discutido o fundo internacional para o meio-ambiente. Precisamos de ajuda, mas temos que agir antes, liderar pelo exemplo.”

Aliança

O presidente da UNICA,  que juntamente com as outras entidades participou da elaboração do documento de posicionamento da “Aliança Brasileira pelo Clima” citou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que não contabiliza o impacto gerado pela produção e uso do etanol em larga escala no Brasil na redução das emissões de CO2.

(esq-dir) José Serra, Elizabeth de Carvalhaes da Bracelpa, Marina Silva, Marcos Jank e Carlos Minc“A UNICA avalia que o  etanol ficou fora dos mecanismos de incentivo do Protocolo de Kyoto, como o MDL, e que esses erros devem ser revistos”, enfatizou Jank. “Quando o mundo usa etanol, além de carbono, está economizando US$ 0,20 por litro que teriam que ser investidos em outras formas de reduzir a emissão de CO2. E ninguém paga nada por isto, muito ao contrário, cobram altas tarifas de importação pelo nosso produto”.

Ele lembrou que a redução de emissões graças à produção e uso do etanol no Brasil, apenas desde a criação do conceito de MDL, corresponde a 60% de todos os créditos gerados por esse mecanismo. Contudo, o País não recebe qualquer crédito pelo fato de a utilização do etanol ser uma iniciativa pré-existente. Isto, para Jank, caracteriza uma completa distorção.