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Setor busca definir indicadores de sustentabilidade para a cadeia produtiva

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15 de julho de 2008


Criar indicadores de sustentabilidade e definir as metodologias de avaliação para a cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro, com reconhecimento internacional. Esta foi uma das pautas principais do encontro entre representantes das associadas da UNICA, nesta terça-feira (15/07/08), na sede da entidade, em São Paulo.


 


 


 


 


Com o intuito de enriquecer as discussões, o encontro contou com a participação do presidente mundial da Global Reporting Initiative (GRI), Ernst Ligteringen, e palestras de executivos da UNICA, como Eduardo Leão de Sousa, diretor-executivo, Iza Barbosa, consultora de Responsabilidade Social Corporativa, e Daniel Lobo, consultor de Responsabilidade Ambiental Corporativa.


Daniel Lobo, Eduardo Leão de Sousa e Iza Barbosa

Ligteringen falou sobre a importância de as empresas revelarem sua sustentabilidade, baseadas em metodologias transparentes. “O que é curioso é que empresários de setores variados e de empresas de todos os portes questionam os investimentos na realização de relatórios de sustentabilidade, dizendo que são muito altos”, disse Ligteringen, completando que a questão correta é quais são os benefícios econômicos, ambientais e sociais deste investimento. “Tudo isso representará retorno para as empresas, porque tornará os negócios mensuráveis e revelará o respectivo grau de comprometimento com a sociedade e o meio ambiente”.


 


Fazendo uma análise voltada para o setor sucroalcooleiro, os executivos da UNICA abordaram a importância dos padrões do GRI para demonstrar o grau de sustentabilidade das empresas. “Nosso objetivo é estabelecer uma estratégia de interlocução entre a UNICA e suas associadas para definir a metodologia de coleta, compilação e apresentação dos indicadores sócio-ambientais de cada unidade produtora”, declarou Iza.


Para o diretor-executivo da UNICA, “padronizar o índice de sustentabilidade poderá ajudar na imagem e, conseqüentemente, na certificação do etanol brasileiro no exterior”. Como exemplos de iniciativas para discutir e divulgar a sustentabilidade do etanol brasileiro, Leão citou a participação da entidade no Round Table on Sustainable Biofuels (RSB), baseado na Suíça, e a adesão ao Better Sugarcane Iniciative (BSI), uma organização com sede em Londres, que reúne os integrantes da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, ONGs e acadêmicos, em busca de padrões de boas práticas para a produção em escala global.


“O debate sobre sustentabilidade vem ganhando cada vez mais importância. Em 2001, ao contrário do que acontece atualmente, apenas quatro usinas possuíam um departamento sócio-ambiental. Isso demonstra toda dimensão que o setor vem ganhando nesta questão”, ressaltou o diretor-executivo.


Já o consultor de Responsabilidade Ambiental Corporativa da UNICA, Daniel Lobo, disse que o encontro serviu para amadurecer a proposta de criação de um grupo para discutir os seguintes indicadores, por temas de relevância, como ar, solo, água, floresta, químicos e energia, e regulamentações, como o Protocolo Agroambiental.


“Assim, as usinas estarão envolvidas no desenvolvimento de um sistema de gestão de temas relacionados ao uso de defensivos no campo, emissões de CO2, gestão dos recursos hídricos e questões envolvendo áreas de reserva legal e biodiversidade”, completou.


Ao final do encontro, o presidente da UNICA, Marcos Jank, agradeceu a presença de Ligteringen, reforçou a importância do evento e da participação dos representantes das usinas associadas, que foram mais de 100 pessoas neste evento.