A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e as Secretarias Estaduais do Meio Ambiente e da Agricultura reuniram as principais lideranças da cadeia sucroenergética, na sede da UNICA, em 06/06, para celebrarem os resultados alcançados no âmbito do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, que completa 10 anos. Na ocasião, os secretários Ricardo Salles (Ambiente) e Arnaldo Jardim (Agricultura), a presidente da UNICA, Elizabeth Farina, e Pedro Mizutani, presidente do Conselho da entidade, também anunciaram a renovação da inciativa com novas metas.
Como parte do Projeto Etanol Verde das Secretarias paulistas, o Protocolo representa um modelo de parceria e diálogo desenvolvido entre o setor produtivo e o Estado, no qual, voluntariamente, as usinas e fornecedores se comprometeram com a antecipação dos prazos legais para o fim da despalha da cana por meio do uso de fogo; a recuperação de matas em nascentes e a proteção das áreas de preservação de outros cursos d’água; e adoção de uma série de práticas de manejo para garantia da sustentabilidade em sua cadeia produtiva. Até o final deste ano, os signatários terão eliminado por completo o uso da queima como método agrícola para despalha da cana.
Empresários e representantes do governo reunidos na UNICASegundo Elizabeth Farina em seu discurso, não existe desconexão entre o meio ambiente e a agricultura no Brasil. “Iniciativas como essa mostram sintonia dessas duas pastas com o protagonismo do setor sucroenergético”, completou.
Nesta mesma linha, Ricardo Salles parabenizou o segmento sucroenergético por trazer ganhos concretos ao meio ambiente. “O setor conseguiu obter ganho de produtividade com menor uso de recursos hídricos na indústria e atingir a meta de 97,4% de área sem a prática da queima”, afirmou.
Já Arnaldo Jardim, enfatizou a continuidade de boas práticas do setor em consonância com o RenovaBio, programa do Governo Federal que tem como objetivo expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseado na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social, e compatível com o crescimento do mercado.
No período da última safra (2016/2017), 131 usinas e 25 associações de fornecedores de cana receberam o Certificado Etanol Verde em decorrência do cumprimento dessas ações. As signatárias são responsáveis por aproximadamente 95% da produção paulista e 47% da produção nacional de etanol. Isso significa que 24% da área agricultável do Estado estão compromissados com boas práticas agroambientais.
A seguir, os principais resultados apresentados por Arnaldo Jardim durante o encontro:
– 97,5% da área de cana do Estado de São Paulo não se pratica a queima na colheita;
– Desde o início da vigência do Protocolo (2007), deixou-se de emitir mais de 9,27 milhões de toneladas de CO₂ eq e mais de 56 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos (monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos), o equivalente ao que teria sido emitido por cerca de 162 mil ônibus circulando durante um ano;
– O setor sucroenergético do Estado de São Paulo acumula um ativo de 3.747 colhedoras (entre próprias e terceirizadas), ao passo que na safra 2007/08 o total era 753;
– Mais de 200 mil hectares de áreas ciliares e 8.230 nascentes foram protegidas e recuperadas;
60% das usinas signatárias possuem programas de restauração florestal de seus fornecedores de cana;
– Desde 2010, as usinas reduziram em 40% o consumo de água para o processamento industrial, em função de sistema de reuso, aprimoramento de processos industriais e avanço da colheita mecanizada;
– O consumo de água passou de 1,52 m³ por tonelada de cana na safra 2010/2011 para 0,91 m³ por tonelada de cana na safra 2016/2017.
Para acessar a apresentação do protocolo com os resultados alcançado até a safra 2016/2017, clique aqui.