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Setor sucroenergético brasileiro chama atenção de administradores

24 de agosto de 2011

O interesse crescente nos Estados Unidos em relação à indústria de cana-de-açúcar brasileira tem ido além da questão energética e eventuais soluções que o etanol brasileiro pode representar no futuro, para chegar também à administração pública americana, em diferentes níveis e áreas de atuação. Uma delegação de gestores públicos americanos, que visitou a sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em São Paulo (SP), no dia 12/08, ilustra bem essa tendência.

Organizado pela Brazil Industries Coalition (BIC), associação comercial sediada em Washington que representa os interesses do setor privado brasileiro nos Estados Unidos, o grupo de visitantes incluiu deputados, senadores estaduais e empresários. “A delegação nos procurou com um interesse de consumidor e não político. Mostraram-se curiosos para saber como o setor sucroenergético brasileiro se mantém mesmo sem a ajuda do governo. Para eles somos um bom exemplo de como a indústria americana poderá sobreviver, caso o subsídio para a produção de etanol deixe de existir,” explica Adhemar Altieri, diretor de Comunicação Corporativa da UNICA, que recebeu o grupo.

O governo americano concede incentivos à indústria doméstica de etanol que somam mais de US$ 6 bilhões por ano, além de impor uma tarifa de US$ 0,16/litro sobre o etanol importado, medida que tira a competitividade do etanol brasileiro naquele que é o maior mercado consumidor de combustíveis do mundo. Em junho, o Senado americano aprovou por larga margem uma emenda que prevê o fim dos subsídios e da tarifa. A emenda foi incluída em um projeto de lei para votação na Câmara dos Deputados.

Mercado crescente

Para o diretor da UNICA, os visitantes mostraram-se surpresos com os ganhos sociais, econômicos e ambientais gerados pelo setor sucroenergético. “Ficaram impressionados também com o número de empresas que vem optando pela cana e o etanol entre as matérias primas que utilizam com o objetivo de reduzir emissões que causam o aquecimento global. Empresas como a Coca-Cola, Heinz, Nestlé, TetraPak, Danone e Procter & Gamble hoje adotam cada vez mais os bioplásticos produzidos a partir da cana,” explicou Altieri.

Um dos questionamentos da delegação envolveu a produção brasileira de tecnologia voltada para o transporte em massa e carga pesada. Eles demonstraram interesse  sobre as experiências do uso de etanol em ônibus de transporte urbano e caminhões promovidos, em projetos que envolvem empresas como a Scania, que produz ônibus a etanol há vários anos e começa a introduzir esses veículos no Brasil; Amyris, voltada para a biotecnologia e a produção futura de hidrocarbonetos a partir da cana; e a Iveco, que lançou este ano um caminhão bi-combustível que opera com etanol e diesel.

Participaram do grupo de gestores públicos americanos, a integrante da Comissão Federal de Eleições de Washington, Cynthia Bauerly; a deputada estadual do Estado de Oregon, Angela Wilhelms; o assistente da Procuradoria Geral do Estado de Wyoming, Affie Ellis; a deputada estadual de Maine, Melissa Walsh Innes; o senador do Estado de Utah, Ross Romero; o administrador municipal de Utah, Clarence Mingo; e o executivo do Grupo Herald, Matt Well.