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Shell mantém avanço em biocombustíveis após parceria com a Cosan

16 de junho de 2010

Depois de consolidar uma importante aliança com o Grupo Cosan em fevereiro deste ano, a gigante do petróleo Royal Dutch Shell vem intensificando seus esforços em pesquisa e desenvolvimento ligados aos biocombustíveis. A estratégia confirma a visão apresentada no início de 2009, quando a empresa anunciou que deixaria de investir em outros tipos de energia renovável, como solar e eólica, para se concentrar em biocombustíveis líquidos, como o etanol.

No início de junho, a Shell anunciou que deterá participação igualitária na empresa Virent Energy, dos Estados Unidos, ao iniciar um programa tecnológico conjunto voltado à conversão de cana-de-açúcar diretamente em diesel. O negócio, avaliado em US$ 46,4 milhões, contempla o compartilhamento pela Shell e a Cargill da plataforma de tecnologia da Virent para pesquisa e desenvolvimento de biodiesel de cana. Desde 2007, a Shell e a Virent desenvolvem pesquisas conjuntas para produzir biodiesel a partir da cana, o que culiminou, no ano passado, com o início de operações de uma fábrica de testes.

Na última semana, em mais uma estocada da Shell no mundo dos combustíveis limpos, foram divulgados novos investimentos na canadense Iogen Energy, para acelerar o desenvolvimento e a produção de etanol celulósico. A parceria prevê investimentos da Shell em um programa conjunto de desenvolvimento de tecnologia com a Iogen, empresa especializada no fomento do biocombustível. Ainda segundo o acordo, a Shell aumentará sua participação na Iogen de 26,3% para 50%.

Para Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a participação da Shell no Brasil claramente vai além de um aporte de recursos. “O que temos é uma empresa que declarou suas intenções e hoje está cumprindo o que disse que pretendia fazer, no Brasil e em outros países, investindo não só em biocombustíveis mas também em tecnologia, know-how e logística para aplicação a médio e longo prazo.”

Para Sousa, os investimentos da Shell classificados como benéficos exemplificam a análise da UNICA sobre investimentos externos na indústria brasileira da cana-de-açúcar, pois demonstram que conta muito mais a qualidade e o compromisso do investimento do que a origem do capital. “Além disso, vale frisar que mesmo com todas as transações que ocorreram nos últimos meses, particularmente desde o início deste ano, o percentual da cana processada no Brasil e controlada por capital estrangeiro está pouco acima dos 20%, ou seja, o setor continua fortemente nas mãos de brasileiros e a tendência é deva permanecer assim.”