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Tecnologia flex é destaque na maior feira de autopeças da Europa

21 de novembro de 2012

Os motores flex, presentes em mais da metade de todos os automóveis leves em circulação no Brasil, além de comporem uma frota superior a 25 milhões de veículos pelo mundo, representam atualmente a melhor alternativa tecnológica para se buscar uma economia que priorize a baixa emissão de carbono no setor de transportes. O argumento foi defendido pelo consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, em seminário juntamente com o maior evento de autopeças do continente europeu, a VII Feira Internacional de Fornecedores (IZB), realizado entre 10 e 12 de outubro em Wolfsburgo, na Alemanha.

Em um dos painéis sobre biocombustíveis de que participou, o executivo da UNICA explicou por quê os carros flex comprovadamente reduzem o consumo de combustíveis fósseis em função da utilização de etanol, resultando em uma diminuição sensível das emissões de gases de efeito estufa (GEEs), causadores do aquecimento global. “Não há nenhuma tecnologia comercialmente tão viável quanto a flex, nem mesmo os veículos elétricos e híbridos, que mesmo recebendo mais atenção da mídia especializada, são mais caros e complexos se comparados aos modelos bicombustível,” ressaltou Szwarc.

No outro painel, o especialista da UNICA discorreu sobre o desenvolvimento do etanol celulósico no Brasil, onde poderá ser produzido com a palha e o bagaço de cana e poderá estar disponível comercialmente a partir de 2013. “Usando este novo processo, será possível reduzir ainda mais as emissões de gases que causam o efeito estufa (GEEs) e aumentar substancialmente a produtividade dos canaviais brasileiros, tornando os carros flex ainda mais sustentáveis,” acrescentou.

Aproveitando a oportunidade de falar sobre o etanol para um público majoritariamente europeu, que muitas vezes desconhece as vantagens do etanol de cana feito principalmente pelo Brasil, Szwarc fez uma provocação aos representantes do governo alemão. “Perguntei se a União Européia (UE) também estabeleceria tarifas de importação e requisitos de certificação ambiental tão rigorosos para os derivados do petróleo quanto os aplicados atualmente para o etanol. Apesar deste biocombustível representar uma alternativa significativamente mais limpa, os europeus taxam em € 0,19 cada litro do produto brasileiro importado”. Em fevereiro de 2010, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) reconheceu o produto brasileiro como o único “biocombustível avançado” de primeira geração, por sua capacidade de redução das emissões de GEEs em até 90% comparado com a gasolina.

A presença do consultor da UNICA na feira de suprimentos voltados à indústria automotiva europeia foi viabilizada no contexto da parceria que a entidade mantém com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério de Relações Exteriores (MRE). Para o Chefe da Divisão de Recursos Energéticos Novos e Renováveis do órgão, Emerson Kloss, que coordenou os trabalhos do governo brasileiro no evento alemão e foi um dos palestrantes, “a Feira de Wolfsburg representou uma atividade significativa no âmbito da parceria bilateral em energias renováveis e eficiência energética, firmada pelos dois países em 2009, além de ser marco importante da participação do Brasil como país-tema da edição de 2012.”

O evento, realizado na cidade alemã que abriga a sede da Volkswagen, reuniu cerca de 760 expositores de 28 países. O Brasil participou com 55 empresas, entre elas a Raízen, que comercializa o fluido limpador de parabrisa VertiClean OEM, que tem o etanol na sua fórmula. Além da UNICA, também estavam representadas no evento a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a Braskem.