Géraldine Kutas discutiu o futuro da Política Agrícola Comum EuropéiaA margem de negociação que a União Européia (UE) observa para negociações agrícolas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), particularmente após a reforma da política agrícola comum feita entre 2003 e 2009. Este foi o foco da tese de doutorado defendida pela assessora sênior da presidência para assuntos internacionais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Géraldine Kutas, e aprovada com “distinção e louvor.”
A tese foi apresentada em Paris nesta terça-feira (18/05) dentro do Programa de Economia Internacional do “Institut d’Etudes Politiques”, de Paris. “A defesa foi uma boa oportunidade de discutir sobre o futuro da Política Agrícola Comum Européia, cuja próxima reforma deve acontecer em 2013. Isto se a Rodada Doha não for concluída antes,” explica Kutas.
O trabalho da Assessora da UNICA mostra que a redução de subsídios agrícolas, sem uma contrapartida de revisão das barreiras tarifárias no continente europeu, não surte grande efeito. Isto porque, atualmente, as barreiras são as maiores responsáveis pelas distorções nos fluxos de comércio e nos preços internacionais.
“Não adianta reduzir só os subsídios se as tarifas não são reduzidas na mesma proporção. Neste caso não há liberalização de comércio. Infelizmente o que assistimos é que a UE só altera subsídios diretos, mas nunca reduz unilateralmente as tarifas sem considerar os ganhos que isto acarretaria,” observa Kutas.
A defesa da dissertação, que custou seis anos de trabalho à executiva da UNICA, teve como examinadores de banca os professores Stefan Tangermann, da Universidade de Gottingen (Alemanha), e Alan Swinbank, da Universidade de Reading (Reino Unido).