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UE: energia da cana pode ajudar países em desenvolvimento

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7 de outubro de 2008


A contribuição positiva da indústria da cana-de-açúcar no Brasil, tanto economicamente quanto em relação a aspectos sociais e ambientais, foi o exemplo apresentado para ilustrar o potencial da cana para promover a inclusão econômica de países em desenvolvimento, em evento realizado nesta segunda-feira (06/10/2008) no Parlamento Europeu, em Bruxelas. O tema foi detalhado durante o painel “Produção e uso de biocombustíveis em países em desenvolvimento”, pelo representante da União da Indústria da Cana-de Açúcar (UNICA) para a Europa, Emmanuel Desplechin.

Durante a apresentação a lideranças da União Européia, Desplechin detalhou a experiência brasileira de industrialização e consumo de etanol de cana-de-açúcar, quando utilizada como fonte energética para a produção de etanol e de bioeletricidade, sustentando que o modelo de sucesso brasileiro pode ser adotado de modo bem-sucedido em outros países em desenvolvimento. A geração de empregose o potencial de co-geração de energia elétrica pelas usinas de cana foram os benefícios da tecnologia sucroenergética que mais chamaram atenção dos parlamentares europeus.






Desplechin em debate no Parlamento Europeu

“Foi importante enfatizar a capacidade e disposição que o Brasil tem de colaborar nesta área com países africanos como Gana, Serra Leoa e Moçambique entre outros”, comentou Desplechin, citando ainda iniciativas de sustentabilidade do setor sucroenergético no Brasil, como o Protocolo Agroambiental e a adesão da UNICA a entidades de renome internacional como a Better Sugarcane Initiative (BSI), que dá sustentação às melhores práticas do setor sucroenergético em todo o mundo. O executivo aproveitou para esclarecer mitos e argumentos sem sustentação em fatos concretos, como os pretensos impactos dos biocombustíveis nos preços dos alimentos ou sobre o desmatamento.

Durante o debate, um dos parlamentares defendeu que a União Européia deveria remover “a tarifa alfandegária absurda imposta sobre produtos ambientalmente sustentáveis”, como o etanol de cana-de-açúcar do Brasil. O sueco Anders Wijkman referiu-se à taxação de 19 centavos de euro por litro do combustível, o que dificulta a compra de etanol brasileiro pelos países que integram o bloco econômico.

Desplechin participou do debate com diversos parlamentares europeus, como o luxemburguês Claude Turmes, relator da Diretiva sobre Fontes Renováveis de Energia do Comitê de Indústria do Parlamento Europeu, a dinamarquesa Brita Thomsen, a holandesa Dorette Corbey, a espanhola Inés Ayala Sander e o próprio Wijkman. O evento foi organizado pelo catalão Josep Borell, membro e ex-presidente do Parlamento Europeu, por ocasião da apresentação do estudo ainda em andamento de Steve Wiggins, do Overseas Development Institute, o instituto londrino de desenvolvimento.

O debate também atraiu representantes de partes interessadas (stakeholders) como o relator especial de Direito à Alimentação das Nações Unidas (ONU), Olivier De Schutter, o presidente da European Bioethanol Fuel Associations (eBio), Ramon de Miguel, além de organizações não governamentais como a ONG britânica Oxfam e de empresas privadas como Shell e Abengoa.