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UNICA apoia discussões da regulamentação internacional

23 de maio de 2018

Aeronave da Embraer testou combustível com 10% de bioquerosene de cana em 2016 Com o objetivo de subsidiar os negociadores brasileiros na defesa dos interesses nacionais no que diz respeito à regulamentação internacional sobre o uso de biocombustíveis na aviação, o pesquisador do Agroicone, Marcelo Moreira, representou o País no 6° Encontro da Força Tarefa para Combustíveis Alternativos de Aviação (AFTF), entre os dias 23 e 27 de abril, no Canadá.

Na sede da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), em Montreal, o especialista em energias renováveis e agronegócio debateu temas ligados às emissões de gases de efeito estufa geradas pelo uso da terra na produção de biocombustíveis no Brasil, demais cálculos do ciclo de vida dos produtos e os requisitos necessários para se avaliar a sustentabilidade dos diferentes combustíveis renováveis fabricados no mundo.

No 6º Encontro da AFTF, o pesquisador apresentou o “Working Paper-Brasil” reconhecendo os avanços nas rotas de cana-de-açúcar e apontando necessidades de melhoria para outras rotas. No quesito aspectos socioambientais, o principal objetivo foi demonstrar o interesse do País em garantir que biocombustíveis sejam produzidos de forma sustentável. Marcelo Moreira participou da reunião por meio da parceria da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para promover os derivados da cana no mercado internacional.

Além do pesquisador do Agroicone e de outros especialistas, o País foi representado pelos negociadores oficiais, Itamaraty e pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).  Delegações de diversos países, ONGs e empresas do setor aeronáutico também marcaram presença no 6º AFTF.

Testes

No Brasil, o maior fabricante de aviões de pulverização agrícola movidos 100% a etanol, o Ipanema produzido pela Embraer, o uso de combustíveis alternativos aeronaves comerciais se iniciou em 2009, quando as empresas Embraer, Azul, General Electric (GE) e Amyris assinaram um acordo de cooperação. No ano seguinte, um modelo de carreira da TAM comprovou na prática a viabilidade técnica dos biocombustíveis após um voo teste de 45 minutos utilizando 50% de um combustível a base de pinhão manso.

Em 2012, durante a Conferência Rio+20, a companhia Azul realizou outro voo-teste, desta vez usando 50% de combustível produzido da cana.

Em 2013, um voo histórico da GOL partiu do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em direção ao Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília. Foi a primeira viagem comercial de uma aeronave no País utilizando biocombustível com uma mistura de 25% de óleo de milho e de gorduras residuais junto ao tradicional querosene fóssil.

No ano seguinte, a GOL estabeleceu a primeira rota fixa (Recife – Fernando de Noronha) para um avião abastecido com até 10% de bioquerosene de cana adicionado ao QAV, o que reduziu 30% as emissões de CO2 por viagem feita.