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UNICA apresenta modelo de gestão a empresários e governo na Índia

14 de setembro de 2009

Empresários e autoridades do governo da Índia demonstraram grande interesse em conhecer melhor o processo de desregulamentação do setor de cana-de-açúcar do Brasil, bem como a reorganização do setor privado em um ambiente de livre mercado. Este foi o foco da participação do diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, durante o Indian Sugar Summit, organizado pela Kingsman S.A., que ocorreu em Nova Deli no início de setembro (02/09/2009).

“A experiência brasileira gerou discussões acaloradas sobre os limites do setor público e o papel do setor privado em um mercado livre. Ficou claro que este processo passa necessariamente pelo reconhecimento e fortalecimento de associações representativas do setor e o caso da UNICA despertou especial interesse. Na nossa apresentação, descrevemos os três pilares que norteiam as principais ações da nossa associação: competitividade, sustentabilidade e comunicação,” afirma o executivo.

A Índia é o maior consumidor mundial e segundo maior produtor de açúcar, com uma forma de produção bastante peculiar. Naquele país, ainda há forte interferência do Estado na produção, por meio de subsídios e preços controlados, além de elevados custos associados a um grande número de fornecedores individuais – que podem chegar a dezenas de milhares de famílias camponesas para cada usina. Isso ocorre porque a legislação indiana vigente não permite que a indústria detenha terras e desenvolva produção agrícola.
Sousa avalia que os indianos ficaram interessados nas lições aprendidas ao longo dos 35 anos do programa de etanol brasileiro, com muitos questionamentos sobre formas que permitam a adaptação do modelo brasileiro à realidade indiana. “Expliquei que enquanto houver regulamentação forte no setor, de estado, é muito difícil uma evolução para algo parecido com o que temos no Brasil com experiências como o Consecana, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e a própria UNICA.”

Segundo Sousa, a desregulamentação deve ser um processo gradual e planejado e, mesmo assim, pode ser, num primeiro momento, bastante doloroso. “A sobrevivência do setor estará então condicionada às vantagens comparativas e competitivas de cada país. O modelo brasileiro, principalmente para a produção do etanol, é hoje exemplo almejado por diversos países produtores e, neste caso, a Índia ainda tem um importante caminho a percorrer”, concluiu.