undefinedA decisão do governo chinês anunciada nesta sexta-feira (18/12), de reduzir a tarifa de importação do álcool de 30% para 5% – redução que pode ser estendida ao etanol, é um importante avanço para a indústria sucroenergética com grandes ganhos potenciais para o Brasil. A avaliação é do diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa.
“Esta medida deverá trazer um importante impacto no processo de “commoditização” do etanol. A maior demanda e acesso a um mercado da dimensão do chinês poderá beneficiar não somente os produtores brasileiros mas seguramente ajudará na consolidação de diversos programas de biocombustíveis atualmente em desenvolvimento na região do leste asiático, a exemplo da Tailândia, Filipinas e Indonésia”, afirmou Sousa.
O governo chinês espera compor uma mistura de dois milhões de toneladas de etanol na gasolina até 2020 e 10 milhões até 2020 como parte de um esforço para ajudar na redução das emissões dos gases de efeito estufa.
Para Sousa, o corte da tarifa na China pode ser um grande exemplo para a abertura de mercado também em outros países que, da mesma forma, necessitam de medidas urgentes para redução de suas emissões de gases de efeito estufa. “O grande desafio para a exportação do etanol de cana-de-açúcar do Brasil ainda é a eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias. Este movimento da China pode abrir o caminho para novas aberturas de outros países”.
Os Estados Unidos impõe a tarifa de US$ 0,14 por litro de etanol importado do Brasil, o que eleva o preço do biocombustível e o torna menos competitivo. A União Européia, da mesma forma, taxa o etanol produzido no Brasil em 0,19 euro por litro.