As tarifas de importação que freiam a comercialização do etanol brasileiro nos EUA estiveram novamente na pauta das conversações entre Brasil e Estados Unidos. O assunto também foi discutido durante a visita do subsecretário de Energia dos Estados Unidos, Jeffrey Kupfer, em reunião na Câmara Americana de Comércio (Amcham), nesta quarta-feira (06/08/08).
Durante o evento, o representante-chefe da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), nos EUA, Joel Velasco, defendeu que a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) deveria manter o nível obrigatório de uso de combustíveis renováveis no país (a EPA anunciou nesta quinta-feira sua decisão, clique aqui para ler). O executivo da UNICA questionou, no entanto, a manutenção da tarifa sobre a importação de etanol brasileiro.
“Faz todo o sentido manter a política favorável aos combustíveis renováveis, conforme determina o RFS (Renewable Fuels Standard), o que estimula seu desenvolvimento e produção”, diz Velasco. “Porém, não faz sentido, por outro lado, impedir que o etanol de cana-de-açúcar brasileiro tenha oportunidade de competir no mercado americano”, concluiu.
Kupfer, que foi assessor na comissão de finanças do Senado americano, responsável por determinar as tarifas, como a que incide sobre o etanol, afirmou que os EUA querem que o combustível renovável brasileiro passe a ser comercializado como uma commodity global, assim como o petróleo e seus derivados têm sido negociados no mercado internacional.
Velasco argumentou que a tarifa imposta ao etanol de cana prejudica os americanos, pois os impede de pagar menos por um combustível renovável que é mais competitivo.
O RFS estabelece a venda de uma determinada cota de biocombustíveis a cada ano, chegando até o final de 2008, a nove bilhões de galões de biocombustíveis.
Também participaram do evento na Amcham o especialista em comércio exterior Joseph Tutundjian, o consultor Plinio Nastari, o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, o executivo da Cosan, Marcos Marinho Lutz, entre outros convidados.