Garantias financeiras que as usinas geradoras deverão apresentar para atuar no Ambiente de Contratação Livre (ACL), onde a bioeletricidade gerada pela queima do bagaço da cana é negociada diretamente com os consumidores sem a necessidade de leilões regulados de energia, apareceram entre os principais temas discutidos em evento realizado na sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) na quarta-feira (26/09), em São Paulo. No encontro, organizado pela entidade em parceria com a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN), representantes de empresas associadas à UNICA assistiram palestra do coordenador da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Cristovam Magalhães, que tratou dos pontos principais de uma proposta apresentada pela Agência de Energia Elétrica (ANEEL) para diminuir a inadimplência e aumentar a confiabilidade para quem atua neste mercado.
O gerente de Bioeletricidade da UNICA, Zilmar José de Souza, considerou o encontro uma ótima oportunidade para as companhias sanarem suas dúvidas em relação às novas regras apresentadas pela ANEEL, que se encontram em Audiência Pública até o dia 19 de outubro, quando termina o prazo para envio de sugestões. “Esta reunião contribuiu para um melhor entendimento da proposta sobre as garantias financeiras que serão exigidas de cada agente para dar mais segurança ao mercado livre, o que deverá fortalecer a presença das empresas sucroenergéticas no ACL, um importante segmento para auxiliar na expansão da bioeletricidade na matriz elétrica nacional,” avalia o especialista.
Para Cristovam Magalhães, “é muito importante que os agentes se manifestem e contribuam para aprimorar a metodologia divulgada pela ANEEL, e que teve origem em uma proposta conceitual apresentada inicialmente pela CCEE.”
Atualmente, o setor elétrico é dividido em dois mercados em termos de comercialização: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o ACL. No ACR, as empresas geradoras comercializam a energia elétrica para as distribuidoras por meio dos chamados leilões de energia, promovidos regularmente pelo Governo Federal. A energia adquirida pelas distribuidoras é repassada para o consumidor por meio de tarifas reguladas pela ANEEL.
Já o ACL é o mercado onde as companhias geradoras vendem, diretamente ou por meio de empresas comercializadoras, sua energia para os consumidores que apresentam normalmente elevado nível de consumo de eletricidade, como é o caso de alguns complexos industriais. Segundo a CCEE, em abril deste ano, o consumo total de energia no ACL e ACR foi de 58.542 MW médios, sendo o ACR responsável por 43.154 MW médios (74% do total) e o ACL por 15.388 MW médios (26% do total).
Para acessar a proposta da ANEEL para o aprimoramento do mecanismo de garantias financeiras, clique aqui.